Santos & Monteiro mostrou nova unidade que custou 3 milhões de euros

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Duarte Monteiro e António Monteiro, respetivamente neto e filho do fundador, são as duas gerações atualmente na administração da Santos & Monteiro | Joel Ribeiro

Histórica empresa caldense vive fase de crescimento após ter completado meio século de existência. Novas instalações permitem concentrar a operação e melhorar processos de produção e produtividade

A Santos & Monteiro e Companhia, Lda, que opera no ramo da indústria de transformação de alcatifa e carpete, realizou no passado dia 21 de outubro uma visita às novas instalações que construiu na Zona Industrial das Caldas e que deverão estar a funcionar em pleno no início do próximo ano.
A visita contou com a presença do projetista e do construtor da obra, assim como do presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Tinta Ferreira.
A nova unidade é composta por uma nave principal com uma área de 5100 m2 e uma área total de 7000 m2, incluindo showroom, área administrativa, escritórios, salas de reunião, gabinete de design, refeitório e balneários, num investimento de 3 milhões de euros suportado integralmente pela empresa.
As novas instalações permitem concentrar a operação, que se encontra repartida entre o edifício sede e dois armazéns. “É uma coisa natural, crescemos, precisamos de ter mais espaço de produção e de stock”, refere António Monteiro, gerente da empresa.
Nesta fase, a empresa já está a utilizar as novas instalações para armazenagem de matéria-prima e também para executar os processos de acabamentos dos seus produtos. A mudança em pleno deverá acontecer apenas no final do ano, aproveitando a interrupção entre o Natal e o Ano Novo.
Nas novas instalações, a empresa espera aumentar de forma significativa a produtividade. “O objetivo é fazer mais com as mesmas pessoas. Temos muita perda de produtividade porque andamos a transportar mercadoria de um armazém para outro, enquanto aqui passamos a ter uma linha de produção”, refere o empresário.
Apesar deste não ser um setor muito tecnológico, a empresa passa a contar com uma mesa de corte de ar comprimido, que faz com que as peças gravitem, o que permite eliminar a figura do ajudante e reduzir o esforço do operador. “Podemos pensar em outras formas mais avançadas de fazer as coisas. Só o facto de termos espaço para abrir um rolo completamente, seja qual for o comprimento, é uma grande vantagem, porque onde estávamos não o conseguíamos fazer”, refere António Monteiro.
Este é um investimento que a empresa vinha a preparar há 15 anos, quando adquiriu a primeira parcela de terreno. Além deste, a Santos & Monteiro já adquiriu mais dois contíguos, com uma área total de 32 mil m2, precavendo necessidades futuras de crescimento.
Embalada pela mudança, a Santos & Monteiro irá igualmente modernizar a imagem e reforçar a presença online.

Empresa de soluções
A Santos e Monteiro foi criada a 7 de janeiro de 1967 por António Silva Monteiro, pai do atual administrador, como armazém de lãs, depois de já ter iniciado atividade a 1 de abril de 1949. Em 1980, iniciou a atividade no segmento das alcatifas, primeiro a nível regional, depois cobrindo todo o território nacional. A mudança de hábitos no mercado nacional levou a outra mudança interna, passando a transformar alcatifa em carpete, atividade que hoje mantém com grande sucesso.
A empresa importa a matéria-prima aos principais produtores, nomeadamente Bélgica, Holanda, Alemanha, Turquia e Índia.

“Crescemos, precisamos de ter mais espaço de produção e de stock”
António Monteiro

A empresa tem mantido uma solidez assinalável ao longo da sua vida. Na última década, foi sucessivamente distinguida com o selo de PME Excelência, o que entre outros aspetos de gestão, obrigam a que empresa tenha crescimento contínuo no volume de negócios, que em 2019 atingiu os 10 milhões de euros. Além do mercado nacional, detém uma rede de distribuição em Espanha e ainda exporta residualmente para Itália, Inglaterra e para os PALOP. As exportações representam cerca de 35% da faturação. Emprega atualmente 60 trabalhadores, número que nesta fase será para manter.
António Monteiro diz que a Santos & Monteiro é uma empresa que cria soluções para as necessidades dos seus clientes. “Há coisas que não são exequíveis, mas na maior parte dos casos temos soluções. Se for preciso fazer uma carpete com 50 metros, podemos”, realça o empresário.
Este ano, a empresa não vai manter o crescimento, devido aos efeitos da pandemia. A fábrica esteve duas semanas e meia fechada em março e retomou atividade de forma gradual. A empresa está a recuperar das quebras que em maio rondavam os 40% em relação ao mesmo período do ano passado. A paragem da hotelaria foi um dos principais obstáculos.
O empresário e filho do fundador da empresa, acredita que as novas instalações vêm trazer à Santos & Monteiro “todas as condições” para continuar a sua evolução num mercado que é milenar. Hoje a empresa vai na terceira geração, com o sobrinho de António Monteiro, Duarte Monteiro, a integrar os quadros, “e ainda há-de vir mais alguém”, acrescenta.

Os responsáveis pela empresa mostraram as novas instalações e os processos de produção à comitiva liderada pelo presidente da Câmara, Tinta Ferreira | DR