
As questões ligadas à sustentabilidade vão ser um factor cada vez mais importante na escolha de destino ou produto turístico. Esta premissa, bem como os pedidos dos empresários da região, levaram a AIRO a organizar um workshop no dia 5 de Fevereiro
O turista de 2030 “será maioritariamente das gerações nascidas antes de 2010, com particular incidência nos nascidos depois de 1997, pelo que as questões éticas e ambientais são fundamentais”, garantiu Pedro Machado, presidente do Turismo da Região Centro, num workshop realizado no dia 5 de Fevereiro, no auditório da Expoeste.
Segundo o plano estratégico do Turismo do Centro, serão seis as “tribos” de turistas do futuro, que não são mutuamente exclusivas. Os “Obligation Meeters” viajam com um objectivo definido, tendo que estar num determinado lugar à hora definida. Os “Ethical Travelers” moldam as suas viagens em função dos seus ideiais políticos e preocupações ambientais. Os “Cultural Purists” pretendem emergir numa cultura diferente, enquanto os “Simplicity Searchers” valorizam a facilidade e conveniência do planeamento. Já os “Reward Hunters” buscam o bem-estar e os “Capital Seekers” escolhem um destino pelo proveito social que dele possam retirar (favorecem as experiências Instagramáveis”).
Pedro Machado estimou que no último ano a região Centro tenha registado cerca de 7,5 milhões de dormidas e que esse número subirá para os 9 milhões em 2023.
O plano para o Oeste tem alguns eixos fundamentais, como a questão do enoturismo e do golfe, até porque este ano realiza-se pela primeira vez (de, pelo menos, três) o Masters de golfe que costumava decorrer no Algarve.
Depois, o Oeste poderá aproveitar ainda o facto de a região Centro pretender dar maior visibilidade às distinções criativas da UNESCO (como Caldas pela cerâmica e artesanato e Óbidos pela literatura) em vez do património edificado, como vinha acontecendo. “A seguir ao processo de classificação, em média o aumento real é de 20%”, salientou Pedro Machado, acrescentando que tal tem paralelismo, por exemplo, com a vinda do Papa a Fátima, que implicou um aumento de meio milhão de dormidas.
Entre as apostas estão, ainda, os desportos ligados ao mar e a criação de produtos integrados, ou seja, rotas por mais que um município, como acontece com as Linhas de Torres ou com as Rotas Napoleónicas.
O mesmo responsável apontou a falta de recursos humanos como uma das prioridades e afirmou que é necessário pagar mais aos funcionários.
Em termos de desafios, o aumento da estadia média e a diminuição da sazonalidade são dois deles, sendo que também é necessário aumentar o rendimento por quarto.
Organizado pela AIRO, o evento pretendia dar a conhecer aos empresários do sector o plano estratégico para a região, mas também as oportunidades e os desafios para as ofertas sustentáveis.
Mais de meia centena de pessoas fizeram questão de participar no evento.