A Manif Caldense

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José Luiz de Almeida Silva

A manifestação dos caldenses em Lisboa, constituiu um importante êxito a nível local, mobilizando cerca de duas mil pessoas, mas, provavelmente, significando o pensamento de alguns milhares de outros que não se quiseram dar ao incómodo de desfilar em Lisboa.
Temo, contudo, que a mensagem não tenha sido suficientemente clara para o país, que foi brindado com as reportagens televisivas, que em dois dos três canais apenas afloraram questões básicas referentes à transferência do hospital.
Pena que não tivessem ainda aprendido com a estratégia limiano, que há um quarto de século animou a política nacional e permitiu haver uma maioria qualificada a um governo também socialista.
O eixo central da justa contestação caldense, precisa de argumentos mais fortes e contundentes, com mais protagonistas da região, como do que significa esta alegada decisão, em termos de emprego, de atividade assistencial e empresarial, de valor económico e de eficiência dos cuidados médicos.
O resto do país com o que viu e com o que assiste quotidianamente no sistema de saúde e hospitalar, provavelmente não está sensível para as reivindicações caldenses, que podem parecer uma birra local. Veja-se a reação do ministro da Saúde à SIC menosprezando o protesto e dando mais uma resposta “politicamente correta”, mas ignorando a razão profunda do protesto.
Caldas da Rainha não conseguiu ganhar no espaço mediático nacional os apoios necessários para transformar o seu verdadeiro problema numa questão visível e emblemática. Provavelmente falta-lhe descobrir o argumento chave e mediático das suas razões, apesar de pensarmos que a prazo e a aprofundar-se a aparente ou real crise do SNS, haverá novas soluções que se venham a impor e a deixar a proposta de solução em tempo de espera. ■

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