O subtítulo (As histórias mais insólitas do Futebol Português) poderia ter sido substituído com vantagem por «Algumas das histórias mais insólitas do Futebol Português» porque, tal como refere Mário Zambujal, o autor exibe uma grande bonomia. Basta pensar que a morte de Pepe em 1931, o não ter havido enviado-especial de A BOLA em 1946 a Elvas quando Os Belenenses alcançaram o seu único título de Campeão Nacional ou pontapé de Eusébio no peito de Artur Marques da Glória no dia 30-4-1967 sendo ele sócio nº 48767 do SLB e dono de dois pombos (o Simões e a Lola) e de um galo (o Eusébio), poderiam ter entrado no livro. No texto sobre o F.C. Porto e a sua ligação à Revigrés não se refere um árbitro que marcava sempre grande penalidade quando Futre se atirava para o chão embora se mencione o cheque que o comendador da Revigrés mandou ao FCP aquando da penhora da sanita do balneário dos árbitros nas Antas. Notável o texto sobre o gesto de «não ao fascismo» na página 216 com os seus protagonistas azuis (José Simões, Amaro, Quaresma) e verde Azevedo. E também o de Mário João, jogador da CUF e do Benfica: «O salário não era muito diferente mas sempre recebia dos dois lados: como empregado e como jogador. Graças a isso tenho estabilidade. Sou reformado da CUF. Se ficasse no Benfica seria ultrapassado por alguém mais novo.» Na página 254 uma frase de Allison no intervalo de um jogo com o Boavista para a Taça de Portugal: «Se quiserem ganhar passem a bola ao Mário Jorge». E de 1-2 passaram a 3-2 para o SCP. Sobre árbitros um texto curioso na página 149: «Os anos 90 fazem questão de promover a promiscuidade da classe com o dinheiro. Há José Guímaro, há Francisco Silva, há Carlos Calheiros.» Por fim uma abordagem de Pinto da Costa a partir das palavras de Ivkovic: «Aquilo faz parte da força do FC Porto. É a intimidação. Para eles é tudo um jogo. Do princípio ao fim. Por isso é que ganham quase sempre tudo. Pelos jogadores, pela estrutura, pelo futebol, pelo presidente». E na página 52 uma estatística impressionante: 733 vitórias, 207 empates e 150 derrotas em 1090 jogos. Algumas discrepâncias notadas ao longo da leitura. Na página 14 aparece 1976 por 1975, «Jogo Baixo» por «Bola ao Ar» e 288 páginas por 285.