DAS CALDAS AO OESTE – Regresso às aulas

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REGRESSO AS AULASAs aulas recomeçaram há cerca de duas semanas e com as aulas vieram os eternamente adiados problemas de acessibilidade e mobilidade dos alunos e seus pais nos trajectos casa-escola-casa. Para uma grande maioria das famílias, nomeadamente para aquelas em que a casa fica afastada do centro urbano onde se localizam a escola e os seus locais de emprego, os trajectos casa-escola-casa são feitos em automóvel privado. O automóvel privado das famílias é muito conveniente, porque transporta simultaneamente os pais a caminho dos seus empregos e os filhos a caminho da escola. Na grande maioria das escolas portuguesas as aulas começam pelas 8:20 da manhã, o que provoca um aumento de cerca de 30% dos picos de trânsito entre as 8:00 e as 8:30 nas ruas onde estas se situam. Uma situação insustentável para todos, que apenas se consegue atenuar e modificar com políticas urbanas consequentes e bem pensadas. Nomeadamente através de políticas e planos de mobilidade urbana que criem as condições para uma diversificação dos modos de transporte e a alteração cultural efectiva dos padrões de mobilidade dos cidadãos.
Nas Caldas da Rainha, onde vivo e trabalho, a situação do trânsito automóvel é absolutamente caótica nas ruas onde se situam as escolas, nomeadamente naquelas com mais alunos, como a Escola Básica D. João II, a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro e a Escola Secundária Raúl Proença. O problema agrava-se ainda mais quando as escolas se situam na mesma rua e lado a lado, como é o caso da Escola Básica D. João II e da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro. Para piorar a situação, esta rua é uma das principais entradas do centro urbano das Caldas da Rainha. Tal como muitos caldenses, todos os dias sou confrontado com o caos instalado no trânsito automóvel das ruas onde se situam as escolas, entre as 8:00 e as 8:30 da manhã. A primeira vez que deixei a minha filha mais longe da entrada da escola para ela fazer o trajecto a pé, ela ia sendo atropelada na passadeira, tal é a confusão instalada e agravada pela ausência de sinalização horizontal e de manutenção eficaz da pintura branca das passadeiras pedonais no pavimento rodoviário. É evidente que gostaria que a minha filha fosse mais vezes a pé ou de bicicleta para a escola, mas é claro para mim, como provavelmente para todos os caldenses, que as ruas das Caldas da Rainha não estão pensadas nem preparadas para o transporte dos seus cidadãos em bicicleta ou mesmo a pé.
Há portanto um enorme déficit de políticas de mobilidade urbana nas Caldas da Rainha. A maioria PSD instalada na Câmara e Assembleia Municipal nada tem feito para alterar este estado de coisas. Até os estudos e projectos que encomendam e aprovam são remetidos para a gaveta da inércia. Onde é que está a implementação do ‘Plano Local de Acessibilidade das Caldas da Rainha’? Onde é que está a implementação das zonas 30km/h em todas as ruas onde se situam as escolas do nosso concelho, tal como foi aprovado na Assembleia Municipal? Todos os cidadãos caldenses com filhos em idade escolar devem exigir mais e melhores políticas de mobilidade urbana, mais e melhor informação e responsabilidade aos decisores políticos!

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