Olga Prada
Mentora do projeto Caracolga
O corpo é o instrumento que nos permite viver, experimentar e interagir com o ambiente e com outras pessoas. Para vivermos uma vida saudável e feliz é essencial saber como “afinar” este instrumento.
A perceção do próprio corpo, incluindo as atitudes e pensamentos que temos sobre ele, é complexa e influenciada por parâmetros socioculturais, históricos, pessoais e biológicos. Os padrões sociais preestabelecidos, incluindo os estéticos, desempenham um papel significativo na formação da nossa autoimagem, que é composta por quatro componentes: movimento, sensação, sentimento e pensamento.
Sabe-se que o corpo reage mais rapidamente do que os nossos pensamentos. Ao influenciarmos conscientemente a nossa postura, podemos observar o efeito que essa mudança tem no nosso estado de ânimo. Sorrir voluntariamente pode melhorar o humor mais eficazmente do que tentar mudar pensamentos negativos para positivos. Experimente sorrir da próxima vez que se sentir triste, desanimado ou ansioso e observe o que se passa de seguida no seu corpo e na sua mente.
Por outro lado, adotando uma perspetiva transpessoal, entendemos que temos um corpo, mas não somos apenas esse corpo. Esta visão permite-nos reconhecer entre muitas outras coisas, que, embora o corpo se transforme e envelheça, há uma essência que transcende o físico.
Apesar desta visão transpessoal assentar em tradições milenares, ela não é amplamente aplicada na nossa sociedade. Aliás, a relação com o corpo e o envelhecimento é frequentemente problemática nos dias de hoje. Muitas pessoas não se sentem confortáveis com a sua aparência física e olhar para o espelho sem fazer juízos pode ser um grande desafio.
A prática de mindfulness surge como uma ferramenta poderosa para melhorar a nossa relação com o corpo. Ao praticar mindfulness regularmente, aceitamos o corpo como uma dádiva que nos permite viver, saindo do nível de consciência mental que gera problemas e focando na forma como sentimos o corpo e a respiração.
Incorporar o mindfulness na vida significa estar calmo, mas plenamente atento e consciente do corpo e do mundo que nos rodeia. A calma não implica inatividade; pelo contrário, é um estado de atenção plena e presença consciente.
Se deseja desenvolver maior consciência corporal e criar uma relação mais saudável e bondosa com o seu corpo, procure-me no projeto Caracolga, onde encontrará práticas, programas e retiros que o podem ajudar a viver uma vida mais saudável e feliz. Pode saber mais em www.caracolga.pt.
Lembre-se: o seu corpo é único e especial e ele é o instrumento que o permite viver. Então, cuide dele com carinho e amor. ■