A inovação e a criatividade, bem como o espírito empreendedor, são hoje ferramentas indispensáveis para os jovens ganharem autonomia e determinarem muito da sua vida futura.
A caldense Joana Branco dos Santos, que ganhou uma bolsa para realizar o doutoramento no Departamento de Genética da Universidade de Leicester, viveu uma experiência que a irá marcar fortemente na sua carreira futura, ao ser desafiada para um projecto de empreendedorismo científico.
Ela própria confessa em declarações à Gazeta das Caldas que “a maioria dos estudantes de doutoramento em ciência nunca sequer consideraram outras possibilidades de carreira para além do percurso cientifico natural e esperado”, pelo que este desafio lhe poderá ter parecido estranho no início.
Contudo, juntamente com outros quatro colegas, lançou-se no desenvolvimento de uma ideia inovadora com o objectivo de “criar” uma empresa para a produção de grãos de café sem cafeína.
E assim conseguiram chegar a um modelo desses grãos que não necessitam do tradicional processo de descafeinação, que lhes permitiu conquistar um prémio oferecido pelo Reino Unido para jovens cientistas empreendedores, entre uma centena de equipas que desenvolveram outras ideias.
Hoje a Joana Branco já pensa que o seu futuro profissional poderá ser diferente de continuar ligada apenas às instituições públicas de ensino e de investigação, podendo aventurar-se numa experiência que lhe poderá trazer sucesso empresarial, como acontece nos países mais desenvolvidos.
Esta experiência permitiu-lhe conhecer melhor a realidade que a envolve, nomeadamente da actividade económica que no momento presente é criadora de riqueza e de emprego. Está, pois, de parabéns.
O processo dos submarinos foi arquivado. O Dr. Paulo Portas tem razões para estar contente? Salvou-se? Foi uma prenda de Natal?
A maioria dos comentadores diz que sim. Mas Zé Povinho, na sua provecta idade, acha o contrário. Acha que o ministro da Defesa só poderia passar a dormir descansado se não tivesse havido arquivamento e todas as questões tivessem sido redimidas, esclarecidas, postas a nu e o governante saísse deste processo incólume, limpo, sem sombra de suspeitas.
Ora o que aconteceu foi a negação de tudo isto. O despacho de arquivamento do Ministério Público diz que durante o governo de Durão Barroso, o ministro da Defesa, Paulo Portas, “excedeu o mandato” que lhe foi conferido para negociar a aquisição dos submarinos e que houve “violação de princípios de natureza administrativa” que mais tarde foram sanados em Conselho de Ministros. Ou seja, o Dr. Portas atravessou-se no processo, ultrapassou as premissas do caderno de encargos e acabou por comprar a quem muito bem entendeu, colocando depois os seus parceiros do governo a validar todo o negócio. Enquanto isso, impunha que fosse o grupo GES a intermediar a operação.
O Ministério Público refere ainda “a opacidade do processo” e não esquece a quantidade de documentos que desapareceram aquando das investigações. Isto depois de se saber que Paulo Portas, quando deixou de ser ministro da Defesa, fez milhares de fotocópias de documentos do ministério para levar com ele.
Depois disso, Zé Povinho não se espantou ao ler na imprensa que oito meses após a assinatura do contrato dos submarinos, entraram numa conta bancária do CDS/PP, ao longo de vários dias, 4 milhões de euros em notas. Alguns desses depósitos tinham como proveniência um tal Jacinto Leite Pelo Rego.
Coincidências, pergunta Zé Povinho? É que, ainda por cima, tendo memória, Zé Povinho recorda-se bem das denúncias contundentes que o então jornalista Paulo Portas fazia quando era director do Independente.
Tal como se deve presumir a inocência do Eng. Sócrates, preso preventivamente em Évora, por maioria de razão se deve presumir a inocência do Dr. Paulo Portas que, neste processo agora arquivado, foi uma simples testemunha “en passant”.
Mas Zé Povinho desconfia que desconfia.