Os deputados mostraram unanimidade mais uma vez nas questões relacionadas com a saúde

Os deputados municipais caldenses defenderam, na última Assembleia Municipal, realizada na noite da passada terça-feira, que o estudo para o novo Hospital do Oeste seja decidido por concurso público, por uma questão de transparência

A Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) decidiu encomendar à Universidade Nova de Lisboa a elaboração do estudo sobre localização, perfil e dimensionamento do novo Hospital do Oeste. No entanto, os deputados municipais caldenses são unânimes em considerar que este deveria ser feito por concurso público, por uma questão de transparência. O assunto foi levantado na última reunião da Assembleia Municipal ainda durante o período do público, com o anterior presidente da Câmara, Fernando Costa. O autarca defendeu a realização de um concurso público e, em virtude deste não ter sido feito, sugeriu à Câmara das Caldas para que contrate especialistas e faça também ela um estudo que lhe permita, depois, ter argumentos para contrariar as conclusões da Universidade Nova se as considerar erróneas.  Fernando Costa alertou para a possibilidade das Caldas perder o seu hospital, revelando que os “indícios de o quererem tirar de cá para ficar localizado em A-da-Gorda ou no Bombarral são mais do que muitos”. O ex-edil considera também um “erro” chamar para o estudo da OesteCIM os concelhos de Alenquer, Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos, que “estão excelentemente servidos por hospitais”. E acrescenta: ao integrá-los está-se a “puxar o centro da gravidade geográfica e populacional para sul”. Já em relação a Alcobaça e Nazaré considera que faz sentido, porque parte desta população vem para o hospital das Caldas.  Fernando Costa considera que a escolha de localização do novo hospital não pode assentar em critérios geográficos, mas que este terá que ser instalado numa zona que tenha serviços e seja atractiva para os profissionais, defendendo as Caldas como a melhor solução. O agora vereador na Câmara de Leiria voltou a colocar-se à disposição da Câmara e da Assembleia Municipal para ajudar nas matérias em que tem experiência, como é o caso da saúde.

Consenso entre comissões

Entre as várias forças políticas representadas na Assembleia foi unânime a defesa de concurso público para a elaboração do estudo. Alberto Pereira, do PSD, lembrou que na reunião da comissão da saúde, que decorreu há uma semana, contestaram a decisão da OesteCIM e já sugeriram um conjunto de cenários para aprofundar a investigação. O deputado socialista, Manuel Nunes, reforçou esta posição da comissão, e lembrou que esta tem promovido reuniões com as suas congéneres de Peniche e Torres Vedras e que desses encontros têm surgido posições de unanimidade e abarcando o maior número possível de entidades interessadas no processo. “Faz-nos muita confusão como é que, no Ministério da Saúde, não há já algo preparado na área do planeamento no sentido de saber o que é preciso fazer na região Oeste”, disse, defendendo que, neste caso, trata-se de uma questão de transparência. O PCP está preocupado e promete estar alerta. “Caldas tem um passado histórico ligado à saúde e deve defendê-lo”, disse Vítor Fernandes, que sempre defendeu que qualquer estudo para um nove hospital tinha que ser por concurso público. Já a deputada do CDS-PP, Sofia Cardoso, manifestou que estão todos de acordo e que a comunidade está unida em tentar não deixar sair o hospital da cidade e que seja construído um novo que satisfaça as nossas necessidades.
Arnaldo Sarroeira, do BE, considera que é positivo haver uma proposta de estudo para a localização do novo equipamento, mas lamenta que não seja a mais adequada. “Tem erros metodológicos e o princípio do não concurso, que é erróneo”, disse, manifestando que, “sabendo-se que há problemas em relação à localização do novo hospital entre as várias autarquias, é um erro começar desta forma”. O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, realçou que os items que estiverem na base de uma proposta metodológica, e concurso público, são decisivos para que o estudo seja bem feito e chegue a um final adequado do ponto de vista das decisões. O autarca corrobora a posição das comissões de que um estudo desta natureza devia de ser precedido de concurso público e considera que a proposta deve ter vários cenários. A Assembleia Municipal irá reunir no próximo dia 17 de Março e tomar uma posição sobre este assunto.