A falta de fiscalização, de apoios comunitários e as restrições de zona de pesca, foram alguns dos problemas transmitidos à comitiva do CDS pelos pescadores e mariscadores da Lagoa da Óbidos. Raquel Abecasis, cabeça de lista por Leiria dos centristas, defende uma desburocratização e diminuição da carga fiscal.
A cabeça de lista do CDS por Leiria, Raquel Abecasis, juntamente com os lideres da distrital e concelhia caldense, Rosa Guerra e João Gonçalves, apanharam boleia de um mariscador, na manhã chuvosa de 24 de Setembro, e foram à pesca na Lagoa. A falta de equipamento impossibilitou a apanha de marisco e bivalves, mas permitiu o contacto com outros pescadores e mariscadores que, apeados, apanhavam sobretudo ameijoa rainha.
Entre os problemas elencados por quem tira o sustento da lagoa estão a falta de fiscalização, que permite que muitos outros pesquem sem estar devidamente legalizados, não pagando as licenças e sem estar sujeitos às regras vigentes. Os pescadores e mariscadores mostraram-se também apreensivos com as dragagens previstas para os braços da lagoa, nomeadamente as consequências que possam ter ao nível do pescado.
Raquel Abecasis reconhece que as dragagens são necessárias e que só pecam por tardias. Por outro lado, ouviu ainda queixas relativamente à falta de apoios comunitários, nomeadamente no que respeita ao Portugal 2020 que, apesar de ser um programa adequado à pesca, tem mais vantagens para quem desenvolve uma actividade turística do que propriamente para os pescadores. Por exemplo, “se quiserem comprar um barco novo para a pesca não têm apoios deste programa, mas se for para passear pessoas esses apoios já chegam”, referiu a candidata.
De acordo com Raquel Abecasis, a desburocratização é uma das bandeiras do CDS, com o objectivo de “facilitar a vida às pessoas”.
Foz capital do kitesurf
Uma semana antes as candidatas do CDS pelo círculo eleitoral de Leiria, Raquel Abecasis e Rosa Guerra, tinham estado na Lagoa para ter uma aula de kitesurf, de forma a conhecer melhor esta modalidade que ali tem muitos praticantes. A cabeça de lista defendeu que “o kitesurf deve ser uma mais valia para a região que já é internacionalmente conhecida como um local privilegiado para a prática de surf em Peniche e para o surf de ondas grandes na Nazaré”. O desenvolvimento desta modalidade na lagoa pode ser um complemento importante para as dezenas de estrangeiros que já procuram a região para a prática de desportos marítimos, concretizou. Os eleitos locais do CDS há muito que defendem que a freguesia da Foz do Arelho deve almejar o estatuto de capital nacional de kitesurf e criar condições para atrair atletas durante todo o ano, combatendo a sazonalidade sentida na freguesia.
O economista e membro da assembleia de freguesia, Diogo Carvalho, ficou satisfeito porque “quem nos vai representar no parlamento partilha das nossas ideias para a freguesia”.
Já em finais de 2018, o CDS apresentou uma proposta na Assembleia de Freguesia da Foz do Arelho, para a realização de um campeonato de Kitesurf e dar a conhecer o potencial da lagoa aos atletas.
Raquel Abecasis considera que há que conciliar as duas actividades, que podem trazer alguma vantagem económica em torno da lagoa. Os centristas detectaram um problema de falta de diálogo entre quem pratica kitesurf e os pescadores e mariscadores e consideram “é muito importante que as associações se juntem e possam ter uma convivência que vantagens para todos”, destacou.
Em campanha diária pelo distrito, Raquel Abecasis sente que as pessoas ainda precisam que muitos dos seus problemas sejam resolvidos. Considera que há uma ideia de “má onda” sobre os políticos, pois consideram que depois de serem eleitos não tomam as decisões. O facto de ser uma política não profissional pode ser uma ajuda, diz a ex-jornalista, que quer fazer diferente se for eleita. “Tenho muitos anos de experiência em viver próximo da realidade das pessoas e espero que essa mais valia me ajude também no trabalho do Parlamento”, conclui.