Os deputados do Partido Socialista recomendam ao governo o reforço dos meios da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária para aplicação das medidas de contenção do fogo bacteriano, uma doença que afeta a pera Rocha. Pedem ainda um reforço dos meios de investigação do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e de outras Entidades do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia dedicadas ao estudo do fogo bacteriano e da estenfiliose.
No projeto de resolução apresentado, recomendam ainda que o governo avalie a eficácia de substâncias ativas até agora não homologadas em Portugal no combate à doença, crie uma linha de crédito específica para apoiar a replantação dos pomares afetados e implemente um sistema de monitorização fitossanitária rigoroso, para a deteção precoce do fogo bacteriano e estenfiliose. De acordo com o documento, nos últimos anos, o cultivo da pera Rocha tem apresentado um declínio face a condições climáticas adversas e a questões fitossanitárias, como o fogo bacteriano e a estenfiliose, com produções em queda: 225 mil toneladas em 2021 para 128 mil em 2024. Dos deputados socialistas realçam que o fogo bacteriano tornou-se “endémico”, sendo que “o seu controlo eficaz requer vigilância exaustiva e a deteção precoce de árvores doentes e a sua eliminação”.
De acordo com a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, esta fileira ocupa cerca de 10.800 hectares, distribuídos por 2.500 explorações e dando emprego direto a cerca de 40.000 trabalhadores e, segundo o Recenseamento Agrícola, 84% desta área está concentrada no Oeste. A sua produção média anual em Portugal é de 173000 toneladas, dos quais 60% são exportados para mais de 20 mercados.■