Ricardo Fernandes: “novo hospital no Oeste tem de obedecer a uma escolha técnica e não política”

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O presidente da Câmara do Bombarral, o socialista Ricardo Fernandes, não faz questão que um novo hospital no Oeste seja construído no seu concelho. A prioridade, diz, é que ele seja mesmo construído pois faz falta a todos os oestinos. Já a localização deverá obedecer a critérios exclusivamente técnicos.
O autarca atira farpas aos últimos 24 anos de gestão PSD. Diz que o Parque Temático prometido para o Bombarral foi um não assunto, que o estádio municipal afastado da vila foi um erro, que a oposição fala para ela própria, que a transmissão de dossiers foi fraquíssima, que o PSD nada fez para a revisão do PDM e que a compra das antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho não foi acompanhada de um modelo de negócios.
Aliás, para aquele local, Ricardo Fernandes quer um investidor que ouse construir uma unidade hoteleira nos balões das antigas cisternas de armazenamento de vinho.

GAZETA DAS CALDAS: O PS acabou com um reinado de 24 anos seguidos de gestão PSD no Bombarral. A que se deveu esta inversão?
RICARDO FERNANDES: Esse longo mandato de 24 anos acabou porque ficou reconhecido que os objectivos principais do concelho não estavam a ser atingidos. E isso porque os índices de criação de novas empresas, os rácios turísticos, a própria qualidade de vida dos bombarralenses, andava a decrescer. Mas havia sobretudo uma situação em que era impossível o concelho dar o salto em frente.

GC: Qual era essa situação?
RF – Andou-se a falar durante anos e anos de uma coisa chamada Parque Temático. Mas nada se fez, nada se adiantou, durante cerca de dez anos, em que uma única pedra não rolou na Quinta do Falcão, que estava destinada exactamente a esse Parque Temático. Ora os bombarralenses não podem ser, desta forma… não direi enganados… mas não se pode não cumprir com as promessas.

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GC: Esse Parque Temático, pela vossa parte, está enterrado?
RF – Ele não está enterrado porque nunca esteve de outra maneira. Não temos nenhum facto que diga que há ali qualquer coisa. Aquilo para nós é um vazio. Não há projecto, não há intenções, não há diálogo com a suposta empresa promotora do projecto. Infelizmente, para nós isto é um não assunto.

GC: Então acha que ganharam as eleições porque os bombarralenses se sentiram defraudados em relação a essa questão?
RF: Foi um dos factores. A verdade é que a força que está hoje na oposição [PSD/CDS-PP] usou, enquanto estava no poder, esse argumento como se fosse um ponto charneira para o desenvolvimento do concelho.

GC: A alternância democrática é saudável em Democracia? O que encontrou das gestões anteriores, na Câmara do Bombarral, que não tenha gostado, para além desse não-facto do Parque Temático?
RF: Tenho de salientar a fraquíssima transmissão de dossiers. Foi uma surpresa extremamente desagradável porque encontramos tudo a zero. Por pouco que fizessem, estariam certamente a encetar alguns assuntos, mas esses assuntos pura e simplesmente não foram transmitidos. Foi uma pena porque a vida do concelho é independente das forças políticas que estão circunstancialmente a exercer o seu mandato.

GC: Como é a situação financeira da Câmara do Bombarral?

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