Apesar de ser sempre uma das sedes onde reina a boa disposição, os resultados ditaram uma noite triste para os centristas locais, dado que perderam o vereador à Câmara Municipal.
O CDS/PP manteve os dois elementos na Assembleia Municipal e a liderança em Santa Catarina, mas a perda na vereação foi um rude golpe tendo faltado 200 votos para conseguir o lugar no executivo. “Assumo a derrota. A minha estratégia não foi aceite pelos caldenses”, disse Rui Gonçalves no final da noite eleitoral, marcada pela expectativa e algum nervosismo devido ao atraso na saída dos resultados de algumas freguesias que foram sujeitas a recontagem.


Começa por volta das 18h00 a preparação da sede do CDS/PP para a noite das eleições, no terceiro andar do prédio da Venézia, no início da Rua das Montras. São bem conhecidos os repastos que se prepararam para receber os cabeça de lista e todos os que trabalharam nas mesas de voto destas eleições autárquicas.
Maria do Rosário Ladeira e Margarida Varela são as duas centristas anfitriãs deste encontro onde os resultados contam mas não impedem o convívio e a boa-disposição. A cada pessoa que entra na sede oferece-se jantar, uma bebida, uma sobremesa… “Sinta-se à vontade…”, ouve-se na sala onde estão várias gerações de militantes.
Há muitos jovens, alguns ainda sem idade para votar e outros de telemóvel em punho tentando acompanhar os resultados que tardam em surgir… ”São 22h30 e ainda não sabemos os principais resultados das freguesias da cidade”, comentava-se então, mesmo quando na televisão já eram divulgados os resultados a nível nacional. Quando os números chegam, estes não são favoráveis, dado que não permitiram obter assento na vereação.
“É evidente que é uma derrota minha. Foi uma estratégia seguida por mim com a qual o eleitorado não concordou”, disse o candidato centrista. “É o povo quem mais ordena”, afirmou, citando Zeca Afonso, acrescentando que neste caso o povo decidiu reforçar a posição do PSD.
Rui Gonçalves afirmou que iria dar os parabéns a Tinta Ferreira e lamenta que “a nossa mensagem não tenha passado ou não tenha sido aceite”. De qualquer modo, o cabeça de lista assumiu a responsabilidade de derrota como sua.
“Mantivemos o mesmo nível de votação em quase todas as freguesias. Só que o PSD obteve mais 2000 votos e isso fez toda a diferença”, disse Rui Gonçalves, comentando que estes podem ser os votos de quem há quatro anos votou no Movimento Independente e outros oriundos de quem se absteve também há quatro anos.
“As Caldas da Rainha quer um rumo que eu não concordo, mas temos que saber interpretar a vontade do eleitorado e agir em conformidade. É assim mesmo em democracia”, disse o arquitecto.
Rui Gonçalves disse ainda que não compreende o resultado na Foz do Arelho referindo-se ao facto do independente Fernando Sousa, sob o qual recaem fortes suspeitas de desvio de dinheiro, ter ganho.
“Sinceramente não estou a ver como é que a Junta vai ser governada pois ele não obteve maioria absoluta e não estou a ver quem é que o irá apoiar”, disse o centrista. Rui Gonçalves fez ainda questão de agradecer aos dois independentes – Jorge Mangorrinha e Sandra Ferreira – “que deram a cara pelo partido e estou-lhes muito grato por isso” dado que, segundo o arquitecto, nem todas as pessoas se dispuseram a tal.