É conhecido o gosto de Zé Povinho pela animação em espaços públicos, pelo que não pode deixar de destacar a aposta do Teatro da Rainha em apresentações anuais pela cidade. Entre os dias 3 e 6 de Julho, a companhia de teatro local apresentou a peça A Cidade dos Pássaros (de Bernard Chartreux), tendo incluído no seu elenco vários caldenses de todas as idades que assim experimentaram as sensações de serem actores por quatro dias.
A ideia mobilizou a comunidade que lotou o espaço entre o roseiral e o parque das merendas do Parque D. Carlos I durante as apresentações. Não faltou som, música e belos figurinos a dar cor e ritmo às interpretações dos actores.
Zé Povinho felicita o Teatro da Rainha, não apenas por esta realização, mas também pelo trabalho cultural que tem desenvolvido na cidade termal. Além das peças de teatro, destacou-se o evento do poesia que tem acolhido.
Por tudo isto, Zé Povinho espera ainda que, com a construção da nova sede, possam surgir mais propostas similares, onde se una a arte e a comunidade.

No relatório sobre a fiscalização que fez à CP sobre os atrasos e supressões de comboios (no qual a linha férrea que serve as Caldas da Rainha tem lugar de destaque), a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) reconhece o mau serviço prestado pela transportadora pública, mas confessa-se impossibilitada de a sancionar porque não existe um contrato de serviço público entre a empresa e o Estado.
Ou seja, a autoridade reguladora até pode aceitar que a CP se limite a operar um comboio por dia na linha do Oeste porque não existe um contrato onde constem os serviços que a CP está obrigada a efectuar.
O facto de haver um horário que não é cumprido, a existência de automotoras velhas e desconfortáveis que avariam, os atrasos constantes, as supressões às centenas, nada disso é sancionável por parte da AMT. O regulador prefere acantonar-se na falta do contrato público para se demitir das suas funções fiscalizadoras e fechar os olhos aquilo que é um mau serviço prestado às populações (que são, no fundo, a razão de existir de uma autoridade dos transportes).
Sintomático é o teor das recomendações: o serviço está de rastos, mas para o regulador isso não faz mal desde que os passageiros sejam prevenidos atempadamente das supressões.
Já fazer recomendações ao governo para que reforce os meios da CP e da EMEF e para adquirir material circulante, isto está quieto. A AMT prefere não ir por aí.
Acresce a tudo isto um relatório que, do ponto de vista técnico, é uma vergonha. De uma entidade reguladora esperava-se mais rigor do que o demonstrado no documento. A AMT engoliu todos os disparates que a CP lhe impingiu sobre a linha do Oeste e não soube contrapor nem afirmar-se como um verdadeiro regulador. Basta dizer que achou “desnecessário” saber de quem era a responsabilidade pelo mau serviço prestado.
É para isto que Portugal tem entidades reguladoras, cujos administradores e técnicos são pagos a peso de ouro?