Há um caldense a menos de 100 quilómetros da “zona vermelha”, no Norte da Itália. Tiago Serrenho conta como está a viver a situação. Um nazareno foi o primeiro português a ser infectado
O caldense Tiago Serrenho, que tem 39 anos e é investigador na área da eficiência energética, vive em Ispra, na província de Varese (Itália). Está a 100 quilómetros da “zona vermelha” decretada pelo Governo para combater o coronavírus.
“Em toda a Lombardia as escolas estão fechadas e foram cancelados os eventos culturais e desportivos”, contou à Gazeta das Caldas
Na zona onde reside diz que “não se sente pânico. Alguma apreensão, mais que tudo, pela dúvida do que aí vem. É um tema recorrente”.
As lojas naquela região ainda estão abertas. “No dia a seguir ao lockdown da zona de Lodi houve um certo exagero e uma corrida aos supermercados, mas, entretanto, as prateleiras já estão devidamente repostas”, explicou.
Como as escolas estão fechadas, muita gente tem de ficar em casa com os filhos. E as próprias empresas estão a fomentar o teleworking e as vídeoconferências. “Ontem [segunda-feira] fui trabalhar e a minha mulher, que é do Bombarral, ficou com as nossas filhas, de 2 e 5 anos. Hoje trabalhei a partir de casa e pelo menos até ao final da semana será assim”, explicou.
“Queria aconselhar as pessoas a manterem o bom senso, informem-se bem e não entrem em loucuras ou em pânico”, afirmou à Gazeta.
No passado sábado ficou a saber-se que o primeiro português a ser infectado foi um nazareno. Adriano Maranhão, de 41 anos, é canalizador e trabalha no navio de cruzeiros Diamond Princess há cinco anos.
O caso foi revelado pela esposa, Emmanuelle Maranhão, que reclamou atenção para a situação em que o homem se encontrava e se desdobrou em contactos e entrevistas para as televisões ao longo dos últimos dias.
Entre as 3600 pessoas a bordo do navio já tinham sido detectados 600 casos de coronavírus, mas a prioridade foi dada aos passageiros.
O português infectado com o Covid-19 foi transferido, na passada terça-feira, para um hospital na cidade de Okazaki, na província de Aichi.
Adriano Maranhão tem três filhos menores e foi jogador de futebol do Nazarenos, além de ter jogado futebol de praia no Sótão e no Concha Azul.