Caldas e Óbidos foram palco de intercâmbios juvenis durante uma semana

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Gazeta das Caldas
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IntercambioObidos2A Associação de Jovens Voluntários de Gaeiras (JVG) recebeu, entre 15 e 22 de Novembro, o intercâmbio “Glocalize! Communities Development and global integration”. O encontro envolveu 32 participantes de Portugal, Áustria, Espanha, Itália e Estónia, no âmbito do Programa Erasmus+, que debateram a importância de manter a identidade e ao mesmo tempo potenciar o desenvolvimento local nas pequenas cidades.
Ao lado, nas Caldas, a CoopCasa – Cooperativa para a Acção Social e Artística organizou, entre os dias 16 e 22 de Novembro, o encontro internacional Raising Strenghts for Future Projects Together, que contou com a presença de organizações vindas de Espanha, Itália, Grécia, Eslovénia, Polónia e Países Baixos e Portugal.

Uma caça ao tesouro em Óbidos, com vários prémios e o envolvimento dos comerciantes, foi a solução encontrada pelos jovens para retirar a elevada afluência de pessoas pela Rua Direita e potenciar o acesso aos produtos locais à venda nas outras artérias da vila. Esta ideia de negócio foi um dos projectos apresentados durante o intercâmbio, que juntou 32 jovens de Portugal, Espanha, Estónia, Itália e Áustria e que poderá ser replicado também nos seus países.
“Gostava de implementar o projecto na minha cidade daqui por uns anos”, disse Rauno Pall, coordenador do grupo oriundo da Estónia, que é natural de uma cidade pequena semelhante a Óbidos.
Aurora Sanjuán Diaz, de Loja (província de Granada, em Espanha), gostaria de concretizar algumas das ideias partilhadas neste intercâmbio na sua cidade. “Este projecto vai ajudar-nos na implantação de ideias de como fazer com que uma cidade aumente a produção local ou atraia mais turistas”, disse, destacando que a sua cidade precisa de “pessoas empreendedoras, com vontade de criar projectos para a desenvolver”.
A jovem salientou que entre as principais diferenças entre as duas localidades está a facilidade que existe em Portugal em reabilitar os espaços, enquanto que em Espanha existe mais “burocracia”.
Também em Itália poderão ser aproveitadas algumas das ideias partilhadas durante esta semana. Elisa Fabbi, de Fogliano Redipuglia (Itália), revela que a realidade de Óbidos, sobretudo do ponto de vista turístico, é “muito interessante”. A jovem destacou o trabalho feito no Parque Tecnológico e também pelo grupo JVG, anfitrião do intercâmbio. “Gostava muito de ter uma associação destas no meu país pois trabalham muito bem”, disse Elisa Fabbi, que integra uma associação de promoção local e turística da sua terra, situada no nordeste de Itália, junto à fronteira com a Eslovénia.
Na sua opinião, a “partilha de ideias, que não leva a que percamos a nossa identidade mas que aprendamos outras coisas, é a força da União Europeia”.
Sabrina Schifrer, de Klagenfurt (Áustria), também destacou a organização do intercâmbio, que apelidou de “extraordinário” e que a fez sentir-se em casa. Pela primeira vez em Óbidos, embora já tivesse estado antes em Portugal, a jovem austríaca destaca que esta experiência que envolve culturas diferentes permitiu um contacto muito “valoroso e proveitoso”.
Durante uma semana os jovens experimentaram fazer stand up paddle, surf, jogos tradicionais, trabalhos de grupo, visitas pela região e jantares interculturais e ainda um jantar medieval, na sede da associação, onde todos os participantes tiveram oportunidade de confraternizar trajados a rigor.

ESTÓNIOs APRENDERAM A DANÇAR O VIRA

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Mas houve também encontros intergeracionais, que era outro dos objectivos deste intercâmbio. Na manhã de sábado os jovens estiveram a aprender a amassar e fazer pão, no moinho recuperado nas Gaeiras, com algumas pessoas da terra. Paralelamente, durante a semana, elementos da Estónia que dançam folclore aprenderam uma dança típica portuguesa (vira) e depois dançaram com estes gaeirenses, criando-se uma ligação intergeracional.
“É a pôr as mãos na massa que queremos que as coisas se desenvolvam e ficamos radiantes por ver que estes jovens, mesmo havendo uma barreira linguística, se conseguem ligar tão bem com as pessoas da terra”, destacou Cláudio Rodrigues, coordenador do projecto. De acordo com o também elemento do JVG, o conceito da glocalização (que se prende com a presença da dimensão local na produção de uma cultura global), é muito importante do ponto de vista do desenvolvimento económico e social.
“Trabalhamos todos os dias com crianças, jovens e idosos, e queremos ter sempre a perspectiva social e  de desenvolvimento do pensamento crítico”, disse, acrescentando que o este projecto permite também aos jovens locais conhecerem outras culturas.
A data escolhida para a realização do intercâmbio coincidiu com a época baixa, permitindo assim também estimular a economia na região. A associação contou com a colaboração de diversas entidades da região e da autarquia de Óbidos.
O JVG está agora a pensar candidatar um novo projecto, dentro da mesma área, mas com um objectivo na área da formação e de partilha de boas práticas, que pretende envolver outros países. O grupo irá também manter a página do facebook que foi criada para o Glocalize! onde as pessoas vão poder partilhar boas práticas, haverá um canal no YouTube e partilhar os vídeos do que aconteceu durante esta semana e criada uma rede de trabalho.

 

Construir uma rede de parceiros internacionais

A CoopCASA – Cooperativa para a Acção Social e Artística, sediada em Caldas da Rainha, promoveu durante os dias 16 e 22 de Novembro, uma actividade que envolveu 14 animadores da juventude da Espanha, Itália, Grécia, Eslovénia, Polónia, Holanda e Portugal. O encontro internacional Raising Strenghts for Future Projects Together decorreu no Centro de Artes e pretendeu construir uma rede sólida de parceiros internacionais.
Liliana Silva, presidente da CoopCasa, explicou que o grande objectivo é que “as pessoas se conheçam e, durante o tempo em que decorrem as actividades, desenvolvam projectos para o futuro”. Deste encontro resultaram acordos para a realização de três novos projectos. Um de capacitação dos jovens para a aceitação de novas culturas migrantes através da realização de intervenções artísticas em espaços públicos está previsto decorrer em Sevilha em Julho de 2016. Outro deles, dinamizado pelo grupo holandês, tem por objectivo o estímulo à cidadania activa através de actividades de sensibilização para a questão dos maus tratos e abandono de animais, enquanto que o terceiro prende-se com um curso de formação para profissionais da área da juventude.
A CoopCasa está a pensar participar nos três projectos, enviando jovens aos vários países para adquirirem novas experiências.
Ainda dentro do projecto Raising Together, no âmbito do programa Erasmus +, irão produzir um ebook (entre Janeiro e Março), que será depois enviado para a rede de contactos. Este livro digital será dedicado a boas práticas de trabalho em rede e algumas dinâmicas que podem ser realizadas, dentro dos grupos, para estimular uma melhor comunicação.

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