Avaria na conduta de água sem resolução dos militares obriga a viagens constantes na serra do autotanque dos Bombeiros Voluntários do Cadaval
Devido a uma avaria numa bomba de uma conduta que há cerca de quatro meses que o Município do Cadaval tem vindo a assegurar o abastecimento de água às instalações da Força Aérea no alto da Serra do Montejunto. Duas a três vezes por semana, a autarquia socorre-se de um autotanque de oito mil litros dos Bombeiros Voluntários do Cadaval para efetuar o transporte de água desde a aldeia de Pragança até à Estação de Radar N.º 3. São cinco quilómetros de uma subida íngreme, cujos custos da operação têm vindo a ser suportados pela autarquia.
Trata-se de um problema que a Câmara do Cadaval tem vindo a discutir com a Força Aérea, uma vez que a avaria se registou na conduta na encosta central da serra e que pertence à instituição castrense. A água canalizada é fornecida pelo Município de Alenquer. A bomba avariada está localizada num local de difícil acesso, que obrigou ao recurso de um helicóptero para a sua retirada pelos militares, não tendo sido substituída até agora.
Até ao momento não foi apresentada nenhuma solução pela Força Aérea, razão pela qual o presidente José Bernardo Nunes abordou a questão com a ministra da Defesa Helena Carreiras. “Há urgência na sua resolução”, afirmou o autarca à Gazeta, até porque o município tem vindo a recorrer a um veículo dos bombeiros que é importante para a corporação nesta fase de combate aos incêndios florestais. “É difícil de conciliar mais esta responsabilidade para os BVC, quer o abastecimento no Montejunto para as nossas atividades, quer à Força Aérea, nomeadamente no arrefecimento do radar que consome uma grande quantidade de água”, destacou. A indicação que José Bernardo Nunes recebeu dos responsáveis da Força Aérea é que “estão a estudar qual será a melhor solução, sendo que não pode ser continuarmos a acartar água com um camião dos bombeiros até ao topo do Montejunto para arrefecer um radar!”.
O fornecimento de água potável na Serra do Montejunto, dadas as suas características geológicas e de utilização pública, é desde há muitos anos um esforço repartido pelos municípios de Alenquer, Cadaval e Força Aérea, onde para além da Estação de Radar Nº 3 detém as instalações desativadas e abandonadas onde funcionou a Esquadra de Deteção e Conduta de Interceção Nº 11. A água passa por condutas municipais e militares, através de um sistema de bombas, até um depósito do Município do Cadaval, que por sua vez transvasa para outro que é pertença da Força Aérea e que é bombeada até ao topo da serra.
A ministra da Defesa, confrontada com o problema, alegou desconhecimento e prometeu a José Bernardo Nunes que vai inteirar-se do dossiê. “É perfeitamente normal. Tomou nota e ficou de ver o que se passa”. Se, entretanto, não obtiver resposta, o autarca vai confrontar a chefia da Força Aérea. “Se não tiverem solução para o problema então passarão a acartar a água até porque gastam dois terços [do consumo]”.
A Gazeta contactou a Força Área mas não obteve resposta. ■