Cristina Manique Bento, de 48 anos, exige uma indemnização à Câmara das Caldas pelas lesões graves que sofreu devido a uma queda no largo Heróis de Naulila (em frente à mercearia Simões), causada pela falta de algumas pedras de calçada na tampa de uma caixa subterrânea, a 3 de Outubro de 2013.
Há 11 meses que esta advogada caldense, com escritório em Lisboa, deixou de poder trabalhar, uma vez que partiu com gravidade o joelho da perna esquerda.
A Câmara afirma que não tem qualquer responsabilidade na matéria depois dos serviços técnicos terem analisado a situação para apurar eventuais responsabilidades. É que a referida caixa referida tem a inscrição CTT (antiga abreviatura daquela que foi em tempos a operadora única de telecomunicações e que é hoje designada PT Comunicações, SA).
Por outro lado, garantem que a caixa não foi construída pelo município e que a mesma já existia antes da intervenção da regeneração urbana naquela artéria. “No local foi constatado que a caixa em questão faz a entrada de telecomunicações do edifício confinante”, refere uma resposta por escrito ao nosso jornal enviada pelo município.
Entendem por isso que a Câmara “não cometeu qualquer acto ilícito, requisito, entre outros, necessário a gerar indemnização”. Fica, no entanto, por explicar o motivo pelo qual faltavam algumas pedras naquela calçada.
Entretanto, Cristina Manique Bento contactou a PT que já lhe respondeu a garantir que aquela infraestrutura não é daquela empresa. “A propriedade daquela tampa pertence à Câmara Municipal das Caldas da Rainha, ou, em última análise, ao construtor da caixa e tampa”, refere a empresa numa carta enviada à queixosa.
Por outro lado, a advogada salienta que cabe
à autarquia o bom estado da via pública e que o prédio em frente tinha sido alvo de obras, tendo obtido posteriormente alvará municipal e por isso deveria estar tudo concluído. “Presumo que no final da obra terá havido uma fiscalização da Câmara”, refere numa das cartas enviadas à autarquia.
Apesar de não admitir responsabilidades, foi a própria Câmara quem acabou por reparar a calçada na tampa da caixa subterrânea e só nessa altura ficou completa a inscrição “CTT” (antes, com a falta das pedras, estava apenas “CT”).
Cristina Manique Bento pediu uma indemnização cível de 58 mil euros, para pagamento das despesas médicas e por ter ficado inibida de trabalhar (no cálculo apresentado refere um período ainda apenas de quatro meses de baixa).No caso de não ter uma resposta positiva por parte da Câmara das Caldas, dentro de 30 dias, irá avançar com uma queixa em tribunal. O caso está também a ser analisado pelo Provedor de Justiça.
Operada no privado para ser mais rápido
A vítima do acidente contou à Gazeta das Caldas o calvário por que passou desde a queda. Nesse dia foi transportada para o hospital das Caldas “com dores verdadeiramente horríveis”, onde foi atendida pelo ortopedista Ismael Trindade. Depois dos exames, o médico informou-a que tinha duas fracturas graves no joelho e que poderiam ter sequelas para o futuro.
Cristina Manique Bento esteve para ser transportada para Torres Vedras, onde passou a estar concentrada toda a cirurgia ortopédica no Oeste, mas o especialista disse-lhe que poderia ter de esperar pelo menos uma semana até que fosse operada. Com dores “que o médico disse que não melhorariam nem com morfina, até que fosse feita a intervenção cirúrgica”, a advogada acabou por decidir ir para o hospital da CUF (privado), também em Torres Vedras, porque tem um seguro de saúde. Logo no dia seguinte foi operada.
“O joelho estava completamente desfeito e tiveram que me colocar uma placa bloqueante e oito parafusos”, explicou a vítima do acidente. Depois disso, já avisada que a recuperação iria ser muito dolorosa, teve que ficar em casa durante dois meses em absoluto repouso, tendo de seguida iniciado a fisioterapia. Após 11 meses continua com graves dificuldades de se movimentar, o que a tem afastado do trabalho.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Acho uma vergonha todo este processo!!!
Primeiro a Senhora, onde todo este processo começa, deve ser sega. Pois uma das coisas que qualquer criança aprende e ouve muitas vezes é “VÊ POR ONDE ANDAS”
Em segundo lugar a câmara que não assume a sua responsabilidade de manutenção do espaço publico, nem que seja de supervisão e deixa que qualquer um faça do espaço publico aquilo que quiser.
Em terceiro a PT, que até pode ter razão caso a caixa não tenha nada a ver com telecomunicações, que chega a dizer que a culpa é de quem fez a caixa ou a tampa. Quem o pedreiro ou o calceteiro????
Estão todos mal na fotografia!!!
Zé