Areias levam autarquia a considerar colocação de ancoradouro na zona junto ao antigo cais
A zona a montante do local onde antigamente se situava o cais da Foz do Arelho, que foi demolido em maio de 2022, apresenta atualmente uma grande quantidade de areia, o que dificulta a navegação das embarcações, especialmente na maré-baixa.
Conhecida como embarcador cais-lota, aquela zona tem também a rampa de acesso, em cimento, que atualmente se encontra praticamente inutilizável.
Miguel Azevedo e Castro, da Intertidal, que opera naquela zona nota que “o cais estava condenado e constituía um perigo”, lembrando que havia a ameaça das multas, mas que as pessoas não respeitavam continuavam a ir para aquele local. Mas considera que, ao ser retirado o antigo cais, foram alteradas “as dinâmicas da Lagoa, porque o cais servia de barreira à entrada das areias e com a sua retirada estas começaram a mover-se para montante, a sair da praia em frente à INATEL, expondo o exutor submarino – o que levou a uma intervenção mecânica para repôr a areia – e areou o embarcador cais-lota”, explicou. O banco de areia terá então migrado para montante.
Questionada pela Gazeta das Caldas acerca desta situação, a Câmara das Caldas, através do presidente, Vítor Marques, salientou que “não há certezas se foi por causa da retirada do cais”. O autarca admite que “pode ter alterado a dinâmica da Lagoa”. No primeiro ano sem o cais houve problemas no emissário submarino, que ficou à mostra e teve que ser alvo de uma intervenção mecânica para repor a areia, vinda da Lagoa dos pequeninos. Este ano voltou a verificar-se o mesmo problema. “Mas isso também aconteceu em anos anteriores, com o cais lá”, notou Vítor Marques.
Ainda assim, notando “a necessidade de um ancoradouro” que é sentido, a autarquia caldense já pediu orçamentos para a colocação de um cais flutuante no paredão na zona a montante da rampa, perto das barraquinhas de venda do marisco. “Não deveremos ter condições de o colocar a tempo deste verão”, esclareceu ainda assim o autarca. ■