Há vários postos espalhados ao longo do areal e um total de 10 nadadores-salvadores em permanência nas zonas da lagoa e do mar. Foi disponibilizada informação e os perigos estão também identificados
Gazeta das Caldas foi à Foz do Arelho para conhecer o Plano Integrado de Salvamento que está montado e a funcionar durante a época balnear, que começou no sábado, 15 de junho, e que se prolonga até 15 de setembro.
No extenso areal houve a preocupação de identificar os principais perigos, mas também de garantir a proximidade do auxílio, com vários postos principais e auxiliares espalhados ao longo da praia e a colocação de um binómio (moto4 e nadadores) na zona da ‘Aberta’ (que faz a ligação entre a Lagoa de Óbidos e o Oceano Atlântico), onde se prevê um maior volume de ocorrências. Há algumas zonas a evitar, mas estão todas assinaladas. Por exemplo, perto da “aberta” existe uma zona que induz em erro, porque parece ser uma baía. Nas chapas há a corrente e na zona do mar deve-se evitar os agueiros, que estão assinalados. “É preciso acatar o que os profissionais dizem e, em caso de dúvida, procurar o nadador-salvador, que é o técnico que está no areal e que pode conduzir as pessoas a um dia de praia de qualidade e em segurança”, frisa Filipe Vieira, da associação Oeste Rescue, que trabalha em parceria com os concessionários, o município, a Junta de Freguesia e os Bombeiros. “Todas estas entidades estão envolvidas para que haja segurança no areal e receber com qualidade”, nota.
Na zona do mar, nos 300 metros de área galardoada, existem três postos: no primeiro, mais próximo da zona do Facho, estão dois nadadores, no posto dois está um nadador e no posto três, mais próximo da zona da “aberta”, estão mais dois nadadores. São, portanto, cinco na zona do mar.
Na “aberta” está estacionado um binómio com uma moto4, dois nadadores-salvadores e prancha, sendo que “a moto4 pode acorrer a qualquer chamada de emergência a todo plano, seja na frente marítima ou na frente lacustre”. A escolha desta localização para estacionar a moto4 deve-se à centralidade, mas também “porque entendemos que este ano a zona das chapas e da ‘aberta’ é mais sensível e com uma grande afluência de pessoas, tal como já tínhamos o ano passado”, esclarece Filipe Vieira.
Na Lagoa existem mais dois postos de praia com três nadadores-salvadores, que fazem a leitura dos 200 metros de praia lacustre e se distribuem conforme. “Aos domingos temos também a participação dos Bombeiros Voluntários, que estão presentes na zona lacustre com uma ambulância e uma mota de água”.
Todos os nadadores têm comunicação entre si, via rádio, através de uma frequência fechada.
Entre as grandes novidades deste ano está a colocação de QR Codes nos postos auxiliares – que estão equipados com bóias, caixotes do lixo e o número de emergência – que permitem ter acesso a toda a informação relativa à praia, regras, segurança, qualidade das águas, entre outras. Para esta época balnear houve um reforço dos percursos com pavimento Pavitop. “Antigamente foi de cimento e chegou a ser madeira, mas foi totalmente retirado”, recorda. Este ano existem percursos de acessibilidade com 300 metros na frente marítima e mais 300 metros na frente lagunar e os acessos para mobilidade reduzida estão devidamente sinalizados, com uma cor diferenciada, “para que as pessoas que venham em cadeira de rodas tenham a possibilidade de se banhar e temos também uma cadeira anfíbio, cujo nome técnico é tiralô, no mar e uma na lagoa”
Das novidades faz parte um novo posto de primeiros socorros na zona da Lagoa, equipado com frigorífico e uma marquesa. Junto à rotunda da Marginal existe um, maior, mas que tem as mesmas condições de socorro. “Todos os anos tentamos melhorar, analisamos as fragilidades”, realça Filipe Vieira, garantindo que “o quantitativo de nadadores-salvadores é sobejamente suficiente”
As bancadas e campos desportivos que vão receber eventos este verão estão montados e na Avenida do Mar vêem-se os trabalhos de preparação para a colocação dos novos quiosques.
A Oeste Rescue
Fundada em 2014, a Associação Oeste Rescue é, também, uma escola de formação profissional e, por memorando de entendimento com o ISN, o centro de recertificação da zona centro. “Trabalhamos em São Martinho do Porto, com alguns recursos, Salir do Porto, Foz do Arelho, na zona de Óbidos, por exemplo, em Vale Janelas, na Lourinhã e, este ano, abraçámos na totalidade os 20 quilómetros de praia do concelho de Torres Vedras, com um forte apoio municipal e uma parceria com a associação de concessionários (que são 13). Temos mais de 30 nadadores nessas praias e temos o projeto Praia Segura, que é uma carrinha. Depois temos situações pontuais noutros locais do país”, conta Filipe Vieira.
A associação formou mais de 400 nadadores-salvadores ao longo de dez anos. Em funcões este ano têm 61 nadadores-salvadores a trabalhar para 33 concessionários, entre os quais uma piscina. “Este ano decidimos dar a oportunidade a sete cidadãos argentinos que têm acima de dez anos de serviço e são altamente qualificados e decidiram tentar a sua sorte na Europa”. Federico Morales, de 33 anos, veio de Buenos Aires, onde é professor de educação física há uma década. “Sou nadador-salvador há 13 anos e existe o costume de os nadadores virem fazer o verão na Europa, depois do verão na Argentina”, conta. Federico nunca o tinha feito, mas este ano decidiu que iria viver essa experiência. “É mais importante do que comprar um carro ou uma mota nova, porque viver isto é algo que fica para sempre”, conta. A residir na Foz, está a gostar dos primeiros tempos na Europa, estando ainda a acostumar-se aos horários menos noturnos do que estava habituado, e à língua. ■