Aumento de preços nas farmácias preocupam consumidores e até os empresários

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A procura pelos produtos relacionados com a crise da covid-19 continua a provocar filas à entrada das portas das farmácias
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Os preços pedidos por alguns produtos relacionacionados com a actual pandemia dispararam, não só para os consumidores mas também para as próprias farmácias. O aumento da procura originou uma inflação dos preços em poucas semanas.

Sem surpresa, a enorme procura que se constata nas farmácias com produtos relacionados com a crise da covid-19 depressa se começou a verificar a inflação de preços.
Catarina Tacanho, uma das represententes da Associação Nacional de Farmácias (ANF), salientou à Gazeta que a pandemia e a corrida às farmácias fez surgir “novos players a tentar nesta fase vender este tipo de produtos”.
A proprietária das farmácias do grupo Correia Rosa esclareceu ainda que as farmácias se debatem com “preços de custo inflacionados e também condições de pagamento nada favoráveis”. E dá como exemplo “o pagamento antecipado para reserva de material”. “Que não conseguimos sequer nos certificar de que chega”, explica a empresária.
Segundo aquela responsável, há uma preocupação constante em satisfazer as necessidades dos clientes das farmácias, mas nem sempre se consegue. “Por exemplo, não temos álcool disponível”, referiu Catarina Tacanho, na passada terça-feira, 7 de Abril.
Os produtos com maior procura, como máscaras cirúrgicas, soluções de álcool gel para desinfeção das mãos, luvas, termómetros, são alguns exemplos que são muito procurados e cujos preços têm aumentado.
“Muitas vezes a especulação nos preços acontece a montante – nos fornecedores, e as farmácias mesmo a marcar com uma mrgem reduzida, fazem disparar o preço”, explicou a caldense, acrescentando que teve uma proposta para venda de caixas de 50 máscaras cirúrgicas a mais de 100 euros… E garante que não foi a única.
Soma-se, ainda, o facto de terem aparecido novos fornecedores, que as farmácias não conhecem no mercado. “A ANF enviou um documento à ASAE com propostas comerciais indecentes”, acrescentou a responsável, que lamenta que haja “quem se aproveite destas situações”.
Catarina Tacanho defende que o acesso a este tipo de produtos deveria ser garantido a todos pois “são essenciais para o controle desta pandemia”. E considera que se os preços fossem tabelados nos fornecedores, as farmácias “seguiriam essa recomendação”. No entanto, os preços tabelados nos fornecedores poderia conduzir a uma falta ainda maior de produtos.
“Considero que que mais do fixar preços, as autoridades se deveriam preocupar com especulações desmedidas e desproporcionais, que nem sempre acontecem no ponto de venda ao consumidor”, disse a responsável explicando que noutros pontos de venda, como supermercados e lojas de conveniência, “também se assistem a preços absolutamente irreais”.
De resto, na semana passada, a ASAE esteve em estabelecimentos da região, mas segundo Catarina Tacanho, do que é conhecimento dos proprietários, “estava tudo em conformidade”.
Segundo a Farmácia Freitas, “o escalar dos preços é quase diário”. O mesmo produto, no mesmo fornecedor, por vezes “duplica de preço de um dia para o outro”. E ainda assim “a disponibilidade é muito limitada”, asseverou à Gazeta a directora técnica, Ana Antunes.
Segundo aquela profissional, passam-se horas ao telefone para contactar diversos produtores e fornecedores e, muitas vezes, “sem obter resposta de existências ou previsões de entrega”. Alguns produtos que notam que estão a ter a sua comercialização afectada são:matérias-primas (etanol puro e álcool isopropílico), máscaras cirúrgicas e FFP2, luvas, álcool sanitário soluções antisséticas, algumas preparadas pela própria farmácia caldense.

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