CP já transporta passageiros em táxi na linha do Oeste

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CP já transporta passageiros em táxi na linha do Oeste - Gazeta das Caldas
A estação das Caldas tem cada vez mais vezes este aspecto: vazia - Carlos Cipriano

Depois dos autocarros, os táxis. A CP é cada vez mais uma empresa rodoviária na linha do Oeste à medida que vai ficando sem comboios, velhos e avariados, encostados nas oficinas.
Na passada terça-feira o comboio das 14h30 para Leiria não se efectou por falta de material circulante.

A CP alugou um autocarro, mas como havia muitos passageiros, este rapidamente ficou cheio, pelo que foi necessário recorrer a três táxis para transportar os que iriam ficar em terra. Grande parte dos clientes da transportadora pública ia para S. Martinho do Porto e havia vários estrangeiros, que ficarão certamente com uma ideia muito “engraçada” do modo de funcionar dos portugueses.
Um comboio directo das Caldas da Rainha para S. Martinho do Porto demora sete minutos. O autocarro, e até o táxi, demoram muito mais.
Nesse mesmo dia, das cinco automotoras que a CP deveria ter para assegurar todos os horários da linha do Oeste, só duas estavam disponíveis, pelo que se registaram nove supressões e atrasos superiores a duas horas.
Ainda no mesmo dia houve mais uma história caricata (que, infelizmente, começam a ser habituais), mas em sentido contrário: um grupo de crianças que tinha vindo em actividades de Verão para S. Martinho, ficou retida na estação das Caldas durante mais de duas horas. O comboio de S. Martinho chegou às 15h53, mas a ligação para Torres Vedras às 16h16 foi suprimida, tendo as professoras e os meninos ficado à espera do comboio das 17h13 que acabaria por partir com 40 minutos de atraso. Felizmente havia o parque infantil da avenida da Independência Nacional para onde as educadoras levaram o grupo.
Apanhar um comboio começa a ser uma lotaria na linha do Oeste. No dia 15 de Junho (sexta-feira) foram suprimidos 10 comboios e nos dias 16 e 17 (fim-de-semana) nove. A semana começou com 10 supressões na segunda-feira, seguindo-se nove na terça.
Este desfecho já era previsível desde Janeiro de 2017 quando começaram as supressões pois sabia-se que, sem renovação da frota, já de si envelhecida, não haveria forma de assegurar o serviço. A situação foi agravada com as cativações e a impossibilidade (por falta de autorização do Ministério das Finanças) de a EMEF (oficinas da CP) poder contratar pessoal.
Durante estes 18 meses Gazeta das Caldas contactou inúmeras vezes a CP para perceber qual a estratégia da empresa para resolver este problema, mas esta só demonstrou que… não tem estratégia.