Dez nadadores salvadores garantem a segurança na Foz do Arelho

0
370
- publicidade -

Gazeta das Caldas dá-lhe esta semana a conhecer os principais perigos e as medidas de segurança da praia caldense. Este ano já houve 16 resgates, a maior parte na zona das chapas e na “aberta”

A época balnear começou no dia 14 de junho e dura três meses, até setembro. As praias da Foz do Arelho (praia do mar e praia da lagoa) são vigiadas por 10 nadadores salvadores, que garantem a segurança na água e no areal.

Uma das novidades, na praia do mar, é a deslocação do posto 1 cerca de 100 metros para a direita, na direção do Facho. “O mar criou aqui um banco de areia numa zona que ficava fora da zona concessionada e por isso não teria nadadores salvadores”, explica-nos Filipe Vieira, associação Oeste Rescue, que trabalha, com o município das Caldas e Junta de Freguesia da Foz do Arelho, com os concessionários e com os Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, para garantir a segurança na praia caldense. Dado que este novo banco de areia se afigurava como uma zona muito propícia a banhos e, em segurança, decidiram ajustar a colocação dos postos, que levou também a uma nova disposição do passadiço de cerca de 300 metros. Nesse posto 1 encontramos dois nadadores salvadores.

- publicidade -

Os 300 metros de praia galardoada no mar têm ainda mais dois postos de vigia, o 2, que conta com um nadador, e o posto 3, este mais próximo da “aberta”, que conta com dois nadadores. Do dispositivo faz ainda parte o binómio moto4 – nadadores, que fica entre duas das zonas mais perigosas da praia caldense: trata-se da zona da “aberta” e a zona das chapas. “São dois pontos críticos”, faz notar Filipe Vieira, salientando a elevada afluência de pessoas à zona da embocadura onde as águas da Lagoa e do oceano Atlântico se encontram.

Toda a praia tem sinalização para os principais perigos, identificando zonas onde não se deve mergulhar ou onde existem agueiros ou correntes fortes, por exemplo. Mas nas zonas de maior perigosidade foram colocados novamente Postos Auxiliares, que têm uma bóia circular com corda de 36 metros e uma placa informativa com o número de telefone e a indicação do local, bem como um QR Code que leva o banhista a encontrar todas as informações relativa à praia. Uma novidade: este ano os postes onde são colocadas as informações têm todos uma luz no topo. “Quando está nevoeiro e mesmo à noite é uma referência”, explica. Os postos têm ainda caixote do lixo.

A zona mais perigosa deve-se ao facto de as pessoas se deixarem ir com a corrente. Só que, quando chegam à zona das chapas, essa corrente aumenta muito e, chegadas aí, não conseguem agarrar-se a nada e acabam por ser levadas para o mar. Daí a colocação deste posto, muitas vezes, com nadadores, que permite um socorro rápido e eficaz. Os nadadores conhecem bem a praia e sabem onde fica localizado um banco de areia para onde, com recurso à bóia, levam as pessoas em apuros. “É o ponto crítico, onde se tem feito vários salvamentos”, aponta Filipe Vieira, esclarecendo que a mudança da aberta, que se tem deslocado de Sul para Norte, tem gerado alterações. “Antigamente tínhamos aqui a baía das crianças”, recorda, mostrando-nos como aquela zona agora tem praticamente apenas areia. “A aberta está a criar um canal diretamente às chapas, ou seja, alguém que se afogue ali vai parar ao mar, não tem hipótese”, realça, notando que “é uma constante mutação”, e explicando que tal os leva a estar estrategicamente colocados e, quando a maré está a esvaziar, a mobilizar nadadores para a zona das chapas, que ali ficam em permanência.

A viatura, que percorre todo o areal, é, também ela, uma novidade desta época balnear: custou 22850 euros e teve uma comparticipação municipal de 9500 euros. Comparando com a moto4 do ano passado, Filipe Vieira nota que essa tinha maior velocidade, mas esta tem uma maior estabilidade, em particular, no plano duro, permitindo a colocação de uma vítima deitada num plano rígido. Tem kit de oxigenoterapia, tem mala de abordagem e um carretel para resgate de vítimas, assim como um guincho na parte frontal com capacidade para rebocar até duas toneladas. Outra diferença: tem capacidade para três pessoas, enquanto a anterior era de duas. E tem uma prancha de salvamento, que a anterior não tinha. “Está pronta para intervir em qualquer lado”, frisa.

Este ano foi ainda criado um corredor de emergência para viaturas, delimitado com pináculos. Esta é mais uma resposta à elevada afluência de pessoas à zona da Lagoa e permite uma resposta mais célere dos meios de socorro. Com 3,5 metros até ao pavimento e cerca de 5 metros entre pináculos, para permitir a passagem das viaturas de limpeza, este corredor dá acesso a vários pontos de evacuação da praia, como a zona do antigo cais.

Do Plano Integrado de Segurança fazem parte também dois postos, na zona da Lagoa, com um total de três nadadores salvadores. São, portanto, dez nadadores em permanência nestes cerca de 500 metros de praia galardoada. Também na zona da Lagoa há outra novidade: se no último ano foi criado o posto médico, este ano o pavimento passou a ter duas vias e foi colocada madeira por baixo, para lhe conferir uma maior estabilidade. Aos domingos o dispositivo é reforçado com o apoio dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, que trazem seis elementos para a praia, uma ambulância permanente e ainda uma embarcação. Tanto a Lagoa como o mar estão equipados com cadeiras anfíbio, que permitem a quem tem mobilidade reduzida uma experiência completa na praia, com idas a banhos. A praia está também equipada com corredores de acesso.

Este ano o município apostou na pré e na pós-época balnear. Desde 18 de abril, aos fins de semana, a praia tem tido vigilância, que se irá manter também para lá de 14 de setembro, enquanto estiver bom tempo. “Haviam já entre 30 a 40 óbitos na pré-época, a nível nacional, e decidimos, com a forte parceria do município, trabalhar na pré e na pós-época balnear”, explicou. “Na Foz do Arelho temos, até à data, 16 resgates no meio aquático, com duas evacuações”. Destes, apenas três foram em áreas concessionadas, sendo os restantes nos dois pontos críticos mencionados: as chapas e a aberta.

Um pormenor é que já está proibida a navegação de todas as embarcações na Lagoa, incluindo desportos de deslize, sendo punível com coima.

Entre 17 e 20 de julho a cobertura da zona aquática e planos de água, no âmbito do festival Foz Beats, será garantida até de madrugada.

Associação em cinco concelhos
Além da Foz do Arelho, a Oeste Rescue tem um Plano Integrado de Assistência a Banhistas, com oito nadadores salvadores, em São Martinho do Porto e conta com mais dois nadadores no Quilhas Bar, também em São Martinho. No Rei do Cortiço (Óbidos) tem dois nadadores, tal como no areal da Praia da Areia Branca (Lourinhã). A associação é ainda responsável pelo socorro nas praias de Santa Cruz, onde o Plano Integrado de Salvamento conta com 41 nadadores-salvadores, uma moto4 e uma carrinha que garante a vigilância e socorro nos cerca de 20 quilómetros de praias não vigiadas.

A associação é escola de nadadores-salvadores e este ano formou, em três cursos, um total de 62 novos elementos que servem os concelhos de Alcobaça, Caldas, Óbidos, Lourinhã e Torres Vedras. Enquanto centro de recertificação realizaram três exames este ano, com cerca de meia centena de nadadores aprovados.

- publicidade -