Na segunda edição houve uma ainda maior diversidade de receitas de cerveja para provar
Cerca de 5500 visitantes e perto de 3000 litros de cerveja bebidos em três dias. São estes os principais números da segunda edição do Caldas Beer Fest, que decorreu no passado fim de semana na Expoeste e que contou com oito cervejeiros – a maioria da região Oeste -, 12 concertos musicais, 12 carrinhas de street food e uma feira de artesanato com 35 expositores.
A diversidade de receitas para provar foi um dos grandes atrativos no festival de cerveja artesanal, com exemplares produzidos com figo da Índia, chilli, manga, caramelo, frutos da floresta, goiaba, castanha e mel, entre outras, da Bordallo e Malaica, das Caldas, aGuardada (Óbidos), Brighops e Rima (Rio Maior), Duna e Andsome (Lourinhã), Mean Sardine (Ericeira), Dois Corvos (Lisboa) e Sovina (do Porto). O evento era complementado com uma zona para as crianças.
Luís Ferreira, da AIRO, frisou o crescimento e realçou que “cumpriu os objetivos” da associação de apoiar empresas e empreendedores da região. Luís Ferreira recorda que o evento foi criado a partir “de um desafio da AIRO à Cerveja Bordallo e à Communities Unite” e frisa a criação da área com três associações (Refood, Liga Portuguesa contra o Cancro e CRAPAA) na entrada, para divulgar e apoiar estas causas, assim como o facto de o evento ser pet-friendly e de ter atraído público estrangeiro. Segue-se, na Expoeste, a qualificação para o Campeonato do Mundo de Dardos, com mercado de artesanato, a Feira da Educação (da Gazeta), o Campeonato do Mundo de Kempo e a Feira das Antiguidades.
Gilberto Tomás veio de Torres Vedras com uma amiga para o evento. “Estou a gostar bastante, a comida é boa e a cerveja melhor”, exclamou, após experimentar duas variedades. “Não esperava uma diversidade tão grande, surpreendeu-me, não só em termos de cerveja, como de artesanato, comida e animação”, analisou, elogiando a organização e a segurança. “É para voltar!”.
José Pesquinha, da Rima, de Rio Maior, trouxe diversas variedades. A marca, criada em 2018, tem “procurado a diferenciação” e produz 14 receitas diferentes, com um grande foco numa identidade à base de produtos locais. Destaque, por exemplo, para as Gose, uma receita do norte da Alemanha com sal. Na Rima usam sal das salinas locais.
Já Pedro Azevedo e Paulo Bastos, da Cerveja Bordallo, destacam o ambiente que se viveu entre cervejeiros e com o público, bem como a animação e a qualidade da oferta, com as muitas variedades. “O objetivo é que seja sempre melhor e já temos algumas ideias para o próximo ano”, referiram, notando que se irá realizar no primeiro fim de semana de fevereiro, novamente com três dias. A cerveja Bordallo está no mercado há 10 anos e tem-se pautado por um registo semi-profissional, sendo um projeto de amigos, mais vocacionado para a diversão do que para uma vertente comercial de crescimento exponencial. Para celebrar o 10º aniversário estão a planear lançar uma nova receita. “Este ano vai ser também lançada uma nova cerveja da região, produzida por todos os cervejeiros do Oeste”, revelaram.
O evento tinha uma zona para lavar copos, uma para tatuagens e piercings e um lounge que foi este ano dinamizado pela Poncha do Car***inho. Cláudia Vieira, que é natural da Madeira, mas vive há 17 anos nas Caldas, é uma das mentoras. O nome brinca com o instrumento utilizado para fazer a poncha, mas também com o falo, enquanto marca da cidade. Lançada por brincadeira, num Bazar à Noite, há três anos, tem vindo a trabalhar em eventos e por encomenda. “Já fazia poncha para os jantares de amigos e afins e o nosso grupo de amigos foi à Madeira”. Quando voltaram um deles inscreveu-os no Bazar. Cláudia é diretora de um ginásio e entre os sete amigos há trabalhadores de uma gráfica e de museus, camionistas e uma podologista. Além da poncha tradicional de limão, têm de gengibre, limão e laranja e maracujá, vendendo ainda bolo do caco com manteiga de alho e milho frito. ■