Forças políticas dizem que tem de se combater sensação de insegurança e avançam medidas

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Para a maioria das forças políticas as Caldas é uma cidade segura, mas reconhecem que há um sentimento crescente de insegurança, provocado por múltiplos factores, ao qual é necessário dar uma resposta com ações específicas no reforço da segurança

Apesar de ainda verem as Caldas como uma cidade, e concelho, seguros, as várias forças políticas alertam para a necessidade de se tomarem medidas para atenuar o sentimento de insegurança que já se sente, sobretudo em alguns locais da cidade. Representantes do CDS e do PSD destacam a necessidade de avançar com a instalação de sistemas de videovigilância na cidade. O policiamento de proximidade, reforço e eficácia das forças policiais são soluções apresentadas por partidos como a IL, PS, PSD, PCP e Chega. A IL avança mesmo com a proposta da Câmara poder ceder para reforço da esquadra da PSP e do Posto Territorial da GNR.
Para o PS contribui também para a segurança a melhoria do ambiente urbano, a coesão social e a participação ativa da comunidade, responsabilidade também dos executivos camarários.
Mais crítico, o PSD entende que para que seja garantida a segurança nas Caldas há que melhorar a iluminação pública e reabilitar os locais mais degradados, “como é o caso da praça 5 de outubro, onde esta câmara teima em “enfiar a cabeça” na areia, e não reabilita a mesma”. Fala da necessidade de espaços de vivência que potenciem a vida em sociedade, dando o exemplo do Centro da Juventude, e defende a criação da polícia municipal. A reabilitação urbana, de modo a revitalizar o centro da cidade que se foi esvaziando devido ao envelhecimento dos habitantes e o desaparecimento do pequeno comércio e serviços de proximidade, são propostas apresentadas pelo PCP que, em linha com o PS, também corrobora da opinião que ruas bem iluminadas transmitem uma sensação de segurança.
Para o BE a segurança “não pode ser reduzida ao típico caso de polícia”, e que esta tem de ser garantida por políticas sociais justas, investimento em cuidados de saúde, transportes, iluminação pública, habitação acessível e serviços de proximidade. Para os bloquistas é importante que se crie uma cidade onde todos se sintam seguros, não apenas face ao crime, mas no dia a dia, no trabalho, na rua e na sua própria casa.
O Chega é o único partido a percecionar nas Caldas uma “séria crise de segurança, com numerosos relatos de roubos e tentativas de estupro divulgados tanto nas redes sociais quanto na comunicação social” e avança com diversas medidas que, entendem, podem “contribuir significativamente para o reforço da segurança dos cidadãos promovendo um ambiente mais seguro e estável para todos”. Alertam, no entanto, que o cenário de insegurança tende a agravar-se “devido à imigração desregulada, ao desemprego e às dificuldades económicas que afetam as famílias”.
Tendo em conta que a perceção de insegurança é, muitas vezes, atribuída à presença de grupos de cidadãos estrangeiros em espaços públicos, o CDS defende que há que integrar estas comunidades nos hábitos e costumes caldenses. Já o PSD diz que é preciso desenvolver programas de prevenção da criminalidade e ter uma ação conjunta com as autoridades, de controlo de fenómenos consequentes da imigração. ■

1. Considera que as Caldas é uma cidade segura?

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2. Na sua opinião o que pode/deve ser feito para garantir a segurança na cidade?

Sofia Cardoso
presidente concelhia CDS-PP

1. Por enquanto podemos afirmar que Caldas é uma cidade segura, apenas porque as estatísticas não permitem concluir o contrário, mas os números também nos dizem que a criminalidade tem vindo a crescer entre 2021 e 2023, cerca de 4,5% (fonte: INE). Mas será que os Caldenses se sentem seguros? Na nossa opinião, não. A perceção de insegurança tem aumentado a um ritmo bem maior. O debate sobre insegurança, não é recente e é esse facto que nos deixa mais preocupados, porque se debate muito, mas executa-se muito pouco.
2. Atuar de forma preventiva, antecipar os fatores de risco que levam ao aumento da criminalidade. A instalação de sistemas de videovigilância na cidade pode contribuir, de forma significativa, para a redução dessa criminalidade. O que não entendemos, é que havendo unanimidade sobre esta matéria em Assembleia Municipal, ainda nada tenha sido feito. Por outro lado, a perceção de insegurança é muitas vezes atribuída à presença de grupos de cidadãos estrangeiros em espaços públicos, há que integrar estas comunidades nos hábitos e costumes caldenses e não deixar que seja o contrário a ditar as regras da convivência em comunidade, com enorme prejuízo para o bem-estar de quem escolhe as Caldas da Rainha para viver ■

Silvia Sousa
Coordenadora do Núcleo das Caldas da Iniciativa Liberal

1. O núcleo da Iniciativa Liberal das Caldas da Rainha desde a sua fundação que se tem preocupado com a questão da segurança no concelho.
Foi aliás a Iniciativa Liberal, que em setembro de 2023 na Assembleia Municipal, trouxe de novo este assunto à discussão pública, alertando para o aumento do número de manifestações de preocupação por parte dos munícipes relativamente à perceção de insegurança.
Se por um lado os números oficiais indicam que o concelho das Caldas é um concelho seguro, sabemos, após alguns encontros com quem de perto lida com estas questões, que as “cifras negras” (crimes não registados) representam cerca de 60% do total. Ou seja, apenas há registo de cerca de 40% dos crimes cometidos.
2. Em linha com o que o partido defende a nível nacional, defendemos como uma das soluções o aumento do policiamento de proximidade. Para que isto aconteça é absolutamente necessário o reforço de efetivos da PSP e da GNR e esta deve ser uma prioridade do governo da república sobre o qual a autarquia deve exercer pressão.
É também urgente um reforço dos meios disponíveis, nomeadamente viatura e material informático e será proposta da Iniciativa Liberal, a cedência deste tipo de meios para reforço da esquadra da PSP e do Posto Territorial da GNR, por parte da câmara municipal.
O investimento em segurança deve sobrepor-se ao “investimento” em festas e romarias. ■

Jaime Neto
líder da bancada municipal do PS

1. Sim, Caldas da Rainha é uma cidade e um concelho seguro e todos nós temos o dever de propor e executar as ações políticas para que assim se mantenha. A segurança é muito, muito importante, não só para os cidadãos caldenses como também para assegurar a atração de visitantes e novos agentes económicos, famílias e empresas, fundamentais para a diversificação da nossa base social e económica. Mais recentemente, ocorreram de facto alguns episódios de insegurança, já identificados pelas forças policiais, o que torna urgente a necessidade de ações específicas de reforço da segurança e da sua perceção pública.
2. O Grupo Municipal do Partido Socialista apresentou em 2024/09/17 uma “Proposta à Câmara Municipal para o reforço da segurança urbana nas Caldas da Rainha”, aprovada por unanimidade em reunião pública da Assembleia Municipal no dia 2024/2/17. Tal proposta assenta em 3 vetores estratégicos para o reforço da segurança e da sua perceção pública: (A) a eficácia das forças de segurança; (B) a melhoria do ambiente urbano; (C) a coesão social e a participação ativa da comunidade. A responsabilidade pela sua implementação está agora nas mãos do atual e do futuro executivo camarário. ■

Daniel Rebelo
presidente da concelhia PSD

1. Não temos dúvidas que nos últimos anos tem havido uma sensação de insegurança nas Caldas. Muitos poderão ser os fatores que contribuem para tal. O aumento da pequena criminalidade, a presença mais visível de problemas sociais em certas zonas, iluminação pública insuficiente, redução do efetivo policial (se comparado com o passado) e o crescimento populacional sem o aumento de meios de segurança. Caldas atravessa um período crucial de afirmação onde a falta de ação culmina com a perceção de insegurança, o que faz com que a breve trecho possa sim ser insegura.
2. A assunção da responsabilidade municipal a par da evidente necessidade de articulação com o poder central. O projeto da vídeo vigilância é fundamental e a Sra. Ministra já disse publicamente que já incitou contactos como município para avançar (e lamento o facto de o impulso não ter surgido da câmara, até porque foi aprovada por unanimidade, há cerca de dois anos, uma proposta do PSD na AM nesse sentido), pelo que deverá arrancar o mais breve possível, porque é incompreensível que nada tenha sido feito.
Melhorar a iluminação pública, reabilitar os locais mais degradados, como é o caso da praça 5 de outubro, onde esta câmara teima em “enfiar a cabeça” na areia, e não reabilita a mesma. Desenvolver programas de prevenção da criminalidade e ter uma ação conjunta com as autoridades, de controlo de fenómenos consequentes da imigração. Deverá haver um reforço na oportunidade com a criação de espaços de vivência dos jovens que potencie a vida em sociedade e aí a reabertura (embora já com atraso) do Centro ou Casa da Juventude deve ter um papel essencial. Por fim, a criação da polícia municipal permitirá libertar recursos da PSP para patrulhamento. ■

Filipe Rodrigues
responsável concelhia CDU

1. Todos os indicadores colocam Portugal como um dos países mais seguros da Europa e, segundo os últimos dados do INE, a taxa de criminalidade na Zona Oeste fica abaixo da média nacional, sendo que na Região o nosso concelho aparece como o 2º território mais seguro. Todavia, a perceção de falta de segurança e o sentimento de vulnerabilidade na vivência do espaço público constituem dimensões subjetivas que, reconhecemos, têm vindo a aumentar entre os caldenses.
Esse sentimento pode resultar de fenómenos de exclusão social e económica, de integração de imigrantes, da falta de acesso à habitação, verificando-se em todo o concelho situações de trabalhadores imigrantes vivendo em condições cada vez mais indignas. Sentimento que é ampliado numa cidade com zonas pouco iluminadas, falta de limpeza urbana, casas devolutas e degradadas, pessoas em situação de sem abrigo, habitações sobrelotadas. Também as falsas notícias e acusações, nomeadamente quanto à comunidade migrante, ampliados pelas redes sociais, alimentam discursos de ódio e conduzem a mais violência
2. É necessário um reforço dos efetivos policiais (a valorização dos seus salários e carreiras) de modo a garantir um eficaz patrulhamento dos espaços públicos, nomeadamente nas zonas de animação noturna, bem como o policiamento de proximidade em domínios como a segurança junto aos espaços escolares e o apoio aos mais idosos. Desejamos que os programas de reabilitação urbana possam revitalizar o centro da cidade que se foi esvaziando devido ao envelhecimento dos habitantes e o desaparecimento do pequeno comércio e serviços de proximidade. Ruas bem iluminadas, com lojas, transmitem uma sensação de segurança. ■

Carlos Ubaldo
coordenação concelhia BE

1. A segurança de uma cidade não se avalia com uma pergunta fechada. “As Caldas da Rainha é uma cidade segura?” – segura para quem, em que contextos, com que dados? A segurança é um fenómeno complexo, influenciado por fatores sociais, económicos e políticos. No Bloco de Esquerda, não alimentamos maniqueísmos nem visões simplistas. Perguntas assim não contribuem para melhorar a segurança real das pessoas. O debate deve centrar-se em soluções concretas, baseadas em justiça social, prevenção e investimento nas comunidades.
2. A segurança não pode ser reduzida ao típico caso de polícia, onde há sempre um dedo acusador. Segurança é também acesso à Saúde, mobilidade segura, acesso à habitação digna, proteção ambiental e espaços públicos acessíveis. Garantir segurança exige políticas sociais justas, investimento em cuidados de saúde, transportes, iluminação pública, habitação acessível e serviços de proximidade. Isso é que deve ser respondido pelos responsáveis políticos: como criar uma cidade onde todos se sintam seguros, não apenas face ao crime, mas no dia a dia, no trabalho, na rua e na sua própria casa. ■

António Cotrim
presidente concelhia Chega

1. Nas Caldas da Rainha pensamos ter uma séria crise de segurança, com numerosos relatos de roubos e tentativas de estupro divulgados tanto nas redes sociais quanto na comunicação social. De acordo com os relatos, o cenário tende a agravar-se devido à imigração desregulada, ao desemprego e às dificuldades económicas que afetam as famílias.
2. Na nossa opinião as medidas se implementadas de forma ordenada e coordenada que podem contribuir significativamente para o reforço da segurança dos cidadãos promovendo um ambiente mais seguro e estável para todos são:
– A reforma das forças de segurança – com aumento do efetivo, treinamento contínuo e melhoria das condições de trabalho
– O investimento em tecnologia – através de sistemas de programas de monitoramento eletrónico, sistemas integrados de comunicação e análise de dados.
– A implementação de políticas de prevenção ao crime, através de programas sociais, parcerias com a comunidade e iniciativas de reinserção para ex-reclusos.
– Cooperação e coordenação eficaz entre as diversas entidades policiais para uma atuação mais integrada e eficiente.
– Transparência e controle através de monitorização e avaliação de políticas públicas e criação de canais acessíveis e confiáveis para denuncia de abusos e corrupção nas forças de segurança.
– Fortalecimento do Sistema Judiciário através da aceleração dos processos judiciais e fortalecimento dos sistemas de defesa públicas. ■

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