A Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, a funcionar nas Caldas da Rainha e Óbidos, arrancou este ano lectivo com 160 alunos, distribuídos pelos cursos técnicos e de especialização tecnológica.
O novo director da escola, Daniel Pinto, quer abri-la mais à comunidade, funcionando como um parceiro de produção de serviços turístico. Durante o período das férias lectivas o espaço poderá ser aproveitado por grupos que queiram aprender mais sobre cozinha e pastelaria.
Workshops temáticos e a criação de um grande evento ligado à pastelaria são também ideias para pôr em prática a curto prazo.
O Dia Mundial do Turismo (27 de Setembro) marcou o arranque oficial do ano lectivo nas 16 escolas de hotelaria e turismo existentes no país. Na escola do Oeste a primeira semana foi preenchida com a recepção aos novos alunos, levando-os a conhecer os hotéis e museus das Caldas e palestras sobre o desenvolvimento da região em termos turísticos.
Nos pólos das Caldas e Óbidos estão 160 alunos distribuídos pelos cursos de nível III (do 10º ao 12º ano) e nível IV, nas diversas áreas técnicas. Na Caldas funcionam os cursos de nível III em “Operações Turísticas e Hoteleiras”, “Cozinha” e “Restauração e Bebidas” e, também, o curso de nível IV “Gestão do Turismo”, enquanto que em Óbidos estão 50 formandos a frequentar o curso de especialização tecnológica em “Pastelaria”. Este é, aliás, o único curso que existe no país ao nível da pastelaria avançada, o que faz com que este atraia formandos de todo o país.
“No curso de Pastelaria é mais evidente essa deslocação pois a maior parte dos alunos já são licenciados e em áreas diversas, como Engenharia Química ou Biologia, e procuram aqui uma especialização diferente”, explica o director da escola, Daniel Pinto.
A escola, inaugurada em Outubro de 2007, com 60 alunos, está a funcionar quase no limite da sua capacidade física. Existe uma previsão de chegar aos 250, que é a capacidade máxima, mas nas Caldas terá que se expandir para as instalações que são actualmente ocupadas pelo Teatro da Rainha.
Daniel Pinto destaca a importância do turismo no país e particularmente na região Oeste, salientando que a escola responde a uma necessidade de recursos qualificados no sector, pelo que prevê a necessidade da escola crescer e atingir a sua capacidade total.
Daniel Pinto explica ainda que esta não é uma escola de “ajustamento social”, como acontece com os cursos profissionais leccionados nas escolas públicas, que foram criados “não necessariamente para responder a pessoas interessadas nem a uma necessidade de mercado”.
Destaca que a sua escola fornece formação de qualidade neste sector e os alunos que os procuram têm consciência desse valor acrescentado, até porque pagam mensalmente uma propina que pode variar entre os 75 e os 100 euros.
Daniel Pinto destaca ainda que, fruto desta procura vocacional, o abandono escolar é mínimo.
O actual director, que antes trabalhava na Região de Turismo do Oeste, referiu também a aposta que é feita ao nível da formação continua, em parceria com associações e autarquias. Neste momento está prestes a terminar um curso de Pastelaria, que funciona nas instalações da escola, destinado a pessoas que já se encontram no mercado de trabalho.
Criar um grande evento na área da pastelaria
A Escola de Hotelaria e Turismo pretende apresentar-se à comunidade como um parceiro de produção de serviços turísticos. “Claramente a escola está preparada para prestar serviços de catering, pequenos almoços e participar em eventos”, explicou o responsável, dando como exemplo o almoço e coffee break que serviram na fábrica ICEL (Benedita) aquando da visita do Presidente da República à região.
Estas realizações permitem aos alunos desenvolver a sua prática profissional e apresentam-se como um serviço qualificado ao dispor das empresas.
No âmbito dessa abertura da escola ao exterior, estão também previstas realizações de workshops temáticos. Já no próximo dia 5 de Novembro, entre as 18h00 e as 22h00, terá lugar mais uma sessão, subordinada à temática da cozinha mediterrânica, orientada pelo chef Rui Almeida, formador nesta escola.
No dia 10 de Novembro será realizado um jantar micológico (cogumelos) aberto ao exterior. Este será o resultado de uma acção feita por um chef brasileiro, que durante o dia estará com os alunos a abordar esta temática.
A partir deste ano a escola poderá também vir a receber outros públicos durante o período de férias lectivas. Daniel Pinto já encetou os contactos com agências de viagem e empresas de animação para explorar aqueles espaços (das Caldas e Óbidos) com animação turística.
“Nos meses de Verão a escola está vazia e queremos aproveitar as suas excelentes condições técnicas, de cozinha e salas para a promover junto dos turistas”, disse, exemplificando que estes poderão passar uma manhã ou uma tarde a participar num workshop sobre pastelaria ou até aprender a produzir o bombom de Óbidos.
O responsável lembra que muito dos hotéis e resorts da região procuravam o Turismo do Oeste a solicitar ajuda para formatar produtos de animação.
Há também a intenção de intensificar a parceria com a marca francesa de chocolate Valrhona, que este ano patrocinou o Festival Internacional de Chocolate. O objectivo passa por criar um grande evento na área da pastelaria, de modo a dinamizar mais a escola e afirmá-la, não só ao nível do chocolate, mas na pastelaria.
Há duas semanas o pólo de Óbidos foi convidado a confeccionar 800 sobremesas para o almoço inaugural dos 23º Encontros Internacionais da Associação Europeia das Escolas de Hotelaria e Turismo que decorreu em Lisboa.
Restaurante da escola aberto de segunda a quinta-feira
O restaurante da escola caldense, designado restaurante de aplicação, está aberto à comunidade, funcionando de segunda a quinta-feira, à hora de almoço. “Está aberto a todos quantos queiram ali almoçar, sendo certo que se trata de uma escola e o almoço tem de ser planeado”, explica Daniel Pinto, acrescentando que a reserva terá que ser feita para a escola (através do 262001500) com a antecedência mínima de um dia.
As refeições são preparadas e servidas pelos próprios alunos sob as orientações dos formadores.
A sala tem capacidade para acolher 20 a 25 pessoas e cada refeição tem um custo de 7,5 euros.
Poderão também ser feitos jantares em função de eventos específicos, como aniversários, jantares de formação, ou outras festas.
“Uma empresa poderá ter uma experiência de formação ou até cozinhar e depois almoçar no restaurante”, exemplifica o responsável.
Cozinha Mediterrânea em destaque no CozinhAssim
Sardinha com migas sobre broa de milho, tomate e vinagre balsâmico, creme frio de rucola com sapateira, lulas recheadas com chouriço e morcela de arroz sobre tagliatelle de manjericão e molho de tomate, peru com frutos secos, batata doce e courgete, bolo de azeite, mel e nozes com gelado de canela com crocante de azeitona. É esta a ementa que o chef Rui Almeida vai trabalhar no workshop CozinAssim sobre a Cozinha Mediterrânea, que a Ivo Cutelarias promove na próxima sexta-feira, 5 de Novembro.
Uma ementa que promete pôr à prova até os menos gulosos e que vai ser regada pelos vinhos Memória e Monte Capucho, que serão apresentados pelo enólogo Rodrigo Martins. Marcado para o período entre as 18h00 e as 22h00, o workshop vai decorrer no pólo de Caldas da Rainha da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.
As inscrições custam 45 euros e devem ser feitas até domingo, 30 de Outubro, para os telefones 967498664 ou 262925340, bem como pelo e-mail ivocutelarias@ivocutelarias.com. Limitado a 28 participantes, o workshop dá direito a certificado de participação, diversos brindes e ao receituário da sessão.