Simpósio “Muralhas, Pontes e Aquedutos” decorre em Óbidos e juntou profissionais de saúde, professores e comunidade
Durante dois dias, 10 e 14 de setembro, dezenas de especialistas sensibilizaram para a importância da prevenção do suicídio e dos comportamentos suicidários. A psicóloga clínica Isabel Duarte foi uma das convidadas para dinamizar os workshops que decorreram no sábado de manhã, em diversos locais da vila. No Museu Municipal, a especialista falou sobre a prevenção do suicídio na infância e adolescência, dando indicação de alguns dos sinais de alerta a ter em conta, as características individuais, factores de risco ou ainda o significado psicológico do suicídio.
Noutros espaços foi dado enfoque à temática na população adulta e na população idosa. Foi ainda apresentado o Kit Primeiros Socorros Emocionais.
Esta componente mais prática encerrou o simpósio, que tive início na terça-feira – Dia Mundial da Prevenção do Suicídio – com apresentações de especialistas de várias áreas da saúde e foco na discussão das estratégias e medidas já implementadas sobre a temática.
Na sessão de abertura do evento,o presidente da Câmara, Filipe Daniel, reforçou a importância deste segundo simpósio. “Sempre considerámos que a reflexão sobre o tema da Saúde Mental era importante mas no período pós pandemia, sentimos que os problemas se intensificaram e que a necessidade se impunha”, disse o autarca sobre o evento organizado pela autarquia em parceria com a Unidade de Cuidados na Comunidade de Caldas da Rainha e Óbidos.
O município de Óbidos tem vindo a trabalhar, nos últimos anos, em várias frentes no que respeita à promoção da saúde mental. “Um trabalho conjunto, articulado, e que tem envolvido várias equipas de profissionais de diferentes áreas, assim como entidades e instituições parceiras”, realçou a vereadora Margarida Reis, que deu ainda nota pública dos diversos projetos que estão a dinamizar.
O número de participantes superou as expetativas da psicóloga Joana Duarte, do Gabinete de Psicologia do município tendo em conta que o tema ainda “é bastante sensível e ainda tabu: é difícil falar de suicídio porque assusta as pessoas”. Considera, por isso, que este tipo de eventos é “importante, uma vez que proporciona aos técnicos aprendizagens transversais. É necessário falar, sensibilizar e acabar com os estigmas relacionados com o suicídio. Há sempre alguém que pode ajudar”.
O título do simpósio, “Muralhas, Pontes e Aquedutos”, para além da relação óbvia com Óbidos, local onde foi realizado, faz lembrar “mais uma vez, que a intervenção realizada nesta área só pode melhorar quando são estabelecidas pontes entre as diferentes entidades envolvidas”, concretiza a psicóloga. ■