As assembleias municipais do Bombarral e do Cadaval aprovaram, por unanimidade, uma moção que classifica como “situação de catástrofe” na sequência da quebra na ordem dos 50% da produção de pera rocha do Oeste, resultado do escaldão solar ocorrido nos dias 7 e 8 de agosto. “Atendendo aos elevados prejuízos materiais que resultaram do calor excessivo e que, consequentemente, irão afetar a condição de vida de muitos produtores, das organizações de produtores e de parte significativa da economia local e da região”, é reclamado ao Governo o “estado de calamidade”. Com esta medida seria reconhecida, “a necessidade de adotar medidas de caráter excecional destinadas a prevenir, reagir ou repor a normalidade das condições de vida nas áreas cuja produção de pera rocha se queimou, por força do calor excessivo que se fez sentir” e que rondou nalguns locais os 45º.
No documento, apresentado pelas bancadas do PSD dos dois concelhos, é pedido ao Primeiro Ministro António Costa que venha ao Oeste reunir com os produtores para conhecer ‘in loco’ a realidade e que os seguros de colheita bonificados incluam o risco do escaldão na fruticultura. Paralelamente, o Ministério da Agricultura deve colaborar com o setor da fruticultura a elaborar um plano de ação que “permita dotar o setor de maior resiliência perante as alterações climáticas e que assumam o compromisso de nele participar”. Os dois municípios temem que o escaldão possa ser a “machadada final” na sobrevivência dos produtores de pera rocha, que na campanha do ano passado já haviam registado uma quebra de 45% e “num contexto económico em que o aumento generalizado dos custos foi impossível de fazer repercutir nos preços de venda da fruta” nos diversos mercados.■