A evolução do mundo num espectáculo de cores no Mosteiro de Alcobaça

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Doces e Licores
Assunção Cristas foi uma das visitantes do certame

Imagine as paredes da nave central do Mosteiro de Alcobaça a ganharem tons azuis e rosa, a assemelharem-se ao céu. Imagine que a igreja é a tela de uma batalha ou que retrata o fundo do mar. Imagine o Jardim de Éden, o dilúvio ou o apocalipse projectados nas paredes. Foi tudo isto e muito mais que o video mapping que integrou a 18ª edição da Mostra Internacional de Doces e Licores mostrou entre 17 e 20 de Novembro.

Com canto gregoriano em música de fundo e 500 pessoas na nave central do mosteiro, uma luz projectada realça os contornos arquitectónicos da igreja. Com luz em movimento, o azul claro e amarelo, dão lugar ao azul escuro e ao cor de rosa. A igreja parece um céu estrelado, uma galáxia com pontos brilhantes.
O verde da natureza começa a subir pelas colunas da igreja e os animais aparecem, todos em comunhão. É a criação do Universo.
Irrompe o dilúvio, que castiga a impureza humana. Depois de largos segundos com a igreja em azul, o verde da terra volta a surgir e com ele o aparecimento da actual sociedade.
Depois de um período de paz, os excessos mundanos levam à guerra. Soldados de um lado e do outro da igreja correm pelas paredes e pelos tectos e travam uma batalha, até a luz irromper e trazer com ela o apocalipse e o inferno, em tons de vermelho. As paredes de pedra parecem arder.
Novamente, como se de um pano se tratasse, cai o azul e amarelo nos contornos arquitectónicos da igreja. Voltamos ao universo e toda a luz amarela da salvação se começa a concentrar na janela da igreja, terminando assim a apresentação.
Tudo isto foi projectado nas paredes da igreja do Mosteiro de Alcobaça durante quatro dias. O video mapping, realizado pela empresa OCubo, tinha uma duração de dez minutos e deixou extasiados os milhares de espectadores.
As cores e o movimento foram muito elogiados, bem como o próprio guião, que tratava temas bíblicos e universais, como a guerra, a espiritualidade e a civilização. Todos os dias, à porta, formavam-se filas para entrar, porque, por motivos de segurança, só podiam estar 500 pessoas na igreja. Nem a chuva afastou os interessados.
O video mapping, que cobriu 5800 m2, demorou entre cinco e seis meses a ser preparado. Foi realizado por uma equipa de 50 pessoas, que recorreram a 32 projectores.

OS MELHORES DOCES E LICORES SÃO DE ALCOBAÇA

O Torrão Real da pastelaria Alcôa foi considerado o melhor doce e a ginja dos Licores A. Gerardo, Lda. o melhor licor. A melhor compota foi de ameixa e chocolate preto, das Monjas Cistercienses de Rio Caldo (Terras do Bouro) e o prémio de inovação foi entregue à EPADRC pelo pudim de ginja de Alcobaça M.S.R. David Pinto.
A 18ª edição da Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais contou com 31 expositores, dos quais 11 de Alcobaça. Além dos produtos portugueses, era possível apreciar a cerveja conventual de Herkenrode (Bélgica), o licor de ervas Bénédictine de Fécamp (França) e o doce de leite do Mosteiro de Santa Maria do Sobrado (Espanha).
A edição deste ano custou cerca de 200 mil euros.
Em termos mediáticos, os pontos altos passaram pelas presenças de Assunção Cristas e Passos Coelho, na quinta-feira e no domingo, respectivamente. Ainda assim, todos os canais televisivos apresentaram peças do evento.
A autarquia, através do gabinete de imprensa, à data do fecho da nossa edição, não sabia ainda contabilizar o total de visitantes, mas garantia que haviam sido mais que em anos anteriores.