Finalistas da ETEO aprendem a gerir o futuro financeiro

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O auditório da ETEO encheu-se com alunos que ouviram falar de temas relacionados com o dinheiro
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Alunos ouviram falar de orçamento, poupanças, investimento e crédito

Os alunos finalistas da Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO) participaram, no passado dia 6 de junho, numa conferência sobre literacia financeira, promovida pelo Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário das Caldas da Rainha em parceria com a agência Loja Presépio do Doutor Finanças, de Alenquer. A iniciativa teve como objetivo dotar os jovens de conhecimentos essenciais para uma gestão responsável do dinheiro, numa fase em que se aproximam do mundo do trabalho e da autonomia financeira.

António Cipriano, professor da ETEO, explicou que o objetivo da sessão foi sensibilizar estes alunos para “questões da vida quotidiana” e para a importância de “saber gerir o nosso dinheiro”. Ana Pinto Machado, presidente do Núcleo Rotary, considerou a ação “um momento privilegiado de capacitação”, destacando a importância de preparar os jovens “com ferramentas que lhes permitam tomar melhores decisões financeiras enquanto trabalhadores e consumidores do futuro”.

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Durante a sessão, Vera Bairrada disse que o bem-estar financeiro geral de uma pessoa deve ter em consideração três dimensões, “corpo, mente e carteira”. A especialista frisou que a literacia financeira é a chave para esse bem-estar, mas Portugal continua entre os países da União Europeia com piores resultados neste campo, ocupando o penúltimo lugar, apenas à frente da Roménia.

Vera Bairrada apontou ainda que a forma como os jovens portugueses gerem o dinheiro reflete esse défice. Em Portugal, 60% dos jovens recebem dinheiro dos pais apenas quando pedem, sem regularidade ou espaço para erro, “o que limita a aprendizagem”. Apenas um em cada cinco gere o seu dinheiro autonomamente. Para contrariar esta realidade, Vera Bairrada defendeu a importância de dar mesadas e sugeriu a técnica dos três mealheiros: um para gastos, outro para poupança e outro para ajudar os outros, promovendo também a responsabilidade social.

Entre as medidas práticas apresentadas aos alunos, destacaram-se a importância de fazer um orçamento pessoal ou familiar, de modo a controlar despesas, criar um fundo de emergência, que deve ter pelo menos seis vezes o valor da receita mensal, e identificar gastos desnecessários. “Um orçamento reduz o stress em relação ao dinheiro”, afirmou.
A especialista deixou ainda seis conselhos para os alunos do secundário: criar uma conta poupança, aprender a orçamentar, focar-se no que se é e não no que se veste, definir objetivos financeiros a curto prazo, redefinir o valor do dinheiro e começar a poupar, já.

Patrícia Silva falou sobre a diferença entre poupar e investir, sublinhando que poupar tem um retorno baixo, afetado pela inflação, enquanto investir pode trazer ganhos maiores, mas implica risco e conhecimento. “Se precisares de dinheiro em breve, poupa; se quiseres fazer o teu dinheiro crescer, investe. O segredo está no equilíbrio e em definir objetivos claros”, resumiu.

Na sessão foram ainda abordados os vários tipos de crédito, habitação, pessoal, automóvel, consolidado e cartão de crédito, as finalidades e condições de cada um. Nesta área, os alunos ouviram um apelo à moderação na utilização deste último, devido às elevadas taxas de juro cobradas.

A iniciativa, que contou com uma sessão de perguntas e respostas e que pôs à prova a atenção dos alunos durante a sessão com questões práticas, terminou com uma apresentação dos principais desafios à manutenção de bons hábitos financeiros. Entre estes estão a falta de motivação. “Sem um objetivo claro, é fácil perder o foco e voltar a hábitos antigos”, notaram os especialistas. Os gastos impulsivos são outro obstáculo, que podem desviar do planeado. A falta de acompanhamento do orçamento pode levar a uma perda do controlo financeiro.

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