“Descobrir a Arte Pública – Da Escultura ao Graffiti”. Foi esta a proposta da historiadora Joana Santos, 26 anos, enquanto fez o seu estágio no Centro de Artes. A iniciativa que a própria criou incluía uma visita ao Museu Barata Feyo, seguida de uma actividade plástica onde os participantes experimentaram a sensação de ser um artista urbano.
A autora da iniciativa experimentou a acção com vários públicos escolares e também com seniores. Todos gostaram desta experiência: alunos de várias idades e também professores referiram o carácter inédito e experimental do evento.
“Temos mais património do que conhecemos e há muitos tipos de artes para conhecer por toda a cidade”, disse a historiadora, que esteve a trabalhar nos ateliers-museus municipais, tendo sido responsável pelas visitas guiadas no Centro de Artes, entre outras iniciativas.
Como veio de Torres Vedras, Joana Santos tem uma perspectiva diferente. Enquanto que para os caldenses há obras que passam quase despercebidas, para quem estuda História de Arte, a cidade até tem motivos suficientes para servir de base a uma rota de arte contemporânea.
É que nas Caldas há um pouco de tudo: azulejos históricos em edifícios públicos e privados, peças dos simpósios de escultura em pedra, passando pelo Jardim d’Água de Ferreira da Silva, a Rota Bordaliana, as esculturas do Parque D. Carlos I, sem esquecer as propostas de graffiti que há pela cidade e que podem ser apreciadas em locais como os Silos, no Centro da Juventude e em pelo menos três ourivesarias locais que têm as suas protecções com pinturas que encomendaram a artistas locais.
“Descobrir a Arte Pública – Da Escultura ao Graffiti” incluiu uma visita aos museus e terminou nos jardins com os participantes a realizarem um graffiti colectivo. Com a iniciativa, a autora quis mostrar a vários públicos que a arte não está só nos museus e, para isso, no início de cada visita fazia questão de mostrar imagens de quão é variada a arte pública nas Caldas da Rainha. E se nas primeira visitas “temos a sensação de existir muita poluição visual, no meio dela há coisas interessantes e de que gostamos”, referiu a jovem, que considera que há muitos pormenores que embelezam a cidade. Desde graffitis na Rua Sebastião de Lima até outros trabalhos que se encontram no interior de bares como o De Já Vu e que podem ser apreciados pelos seus clientes.
A propósito dos graffitis nas Caldas, nada melhor que acabar a visita executando um. Esta foi a ideia de Joana Santos, que ao início teve um problema por resolver: não havia paredes e eram muitas as questões burocráticas para poder pôr os participantes a pintarem nos espaços museológicos. Uma pesquisa permitiu-lhe contactar com o celographe, um material plástico que permitia servir de base aos graffitis e como havia pouco tempo, resolveu usar os stencil de imagens que estão presentes nos museus para servirem de base aos trabalhos. Estava encontrada a solução que acabaria por ser um sucesso tremendo.
“Não faço graffiters mas transmiti um pouco sobre algumas das técnicas”, disse a jovem que não estava à espera de um êxito tão grande pelo simples facto de dar latas de sprays a experimentar a vários públicos.