O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária detetou, esta quinta-feira, um foco de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade numa exploração de perus na freguesia de Santa Maria São Pedro e Sobral da Lagoa, no concelho de Óbidos.
Segundo a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária foi de imediato ativado o plano de contingência, tendo sido efetuada uma inspeção ao local onde foi detetada a doença e “a eliminação dos animais afetados”, assim como a inspeção às explorações pecuárias existentes nas zonas de proteção e de vigilância em redor do foco.
Este é o segundo caso registado no país nas últimas semanas, depois da confirmação, a 1 de dezembro, de um foco de infeção por vírus da GAAP do subtipo H5N1 em aves domésticas de detenção caseira em Palmela.
As autoridades esclarecem que não há evidência epidemiológica de transmissão da gripe aviária aos seres humanos através do consumo de alimentos, nomeadamente de carne de aves de capoeira e ovos.
“Na origem da doença estará a regular migração de aves selvagens na Europa, provenientes da Ásia e do leste da Rússia, que têm permitido a circulação viral e a sua transmissão a longas distâncias”, sublinha a DGAV.
Considerando a situação epidemiológica, a DGAV apela ao “cumprimento estrito das regras de biossegurança e boas práticas de produção avícola”, especialmente aquelas destinadas a evitar contactos diretos ou indiretos entre as aves domésticas e as aves selvagens, os procedimentos de higiene de instalações, equipamentos e materiais, bem como o controlo dos acessos aos estabelecimentos onde são mantidas as aves.
“É ainda importante a observação diária e atenta das aves de capoeira, incluindo a monitorização dos consumos de alimento e água e dos índices produtivos. Recorde-se que os operadores que detêm aves de capoeira ou aves em cativeiro são os primeiros responsáveis pelo estado sanitário dos animais por si detidos e, perante uma qualquer suspeita de doença, a mesma deverá ser imediatamente comunicada à DGAV”, pode ler-se no comunicado daquela entidade, que salienta que, de acordo com o Código Sanitário dos Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal, uma vez que este foco “atingiu o setor comercial, o mesmo afeta o estatuto sanitário do setor avícola nacional.”