Iluminação de Natal acende polémica entre pároco e Junta das Gaeiras

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A iluminação de Natal que foi colocada na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda
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Pároco queria ter sido informado antes e a junta manifesta a sua “total indignação” pela forma como este “iniciou as suas funções” na freguesia

A iluminação de Natal, colocada no exterior da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, pela Junta de Freguesia das Gaeiras (como acontece há cerca de uma década) não agradou ao novo pároco, Mário Silva, que entende que “devia ter sido antes informado”. O sacerdote fez questão de mostrar o seu desagrado numa missa, tendo mesmo referido que se a Junta de Freguesia não retirasse a iluminação chamaria a GNR, depois de o ter feito à representante da paróquia. Esta atitude, juntamente com a pretensão de colocar uma terceira pessoa na titularidade da conta bancária da paróquia, “alheia a todo o pertenço da paróquia” levou Natália Silva a demitir-se das suas funções. Num comunicado público, enviado ao pároco, e com conhecimento dado ao Patriarcado, município, junta de freguesia e entidade bancária, a representante da paróquia denuncia ainda a “linguagem agressiva e insultuosa” que lhe foi dirigida, pelo pároco, “neste curto espaço de contacto” que a levou a entregar um registo das contas, as chaves da igreja e o ouro de Nossa Senhora da Ajuda, que estava à sua responsabilidade há dois meses. Esta demissão foi acompanhada pela de outro membro da comissão da paróquia.
Também a Junta de Freguesia das Gaeiras já tomou uma posição. Em comunicado, refere a forma como o pároco Mário Silva se dirigiu à Junta no “infeliz acontecimento” do repúdio público à iluminação de Natal, e a “linguagem agressiva e insultuosa com que tratou aqueles que têm sido o “garante” de uma paróquia ativa, sustentável e responsável”. O presidente da Junta, Ricardo Duque manifesta a sua “total indignação pela forma como o Sr. Padre iniciou, nesta freguesia as suas funções” e acredita que “muitos dos atos tenham sido irrefletidos, infundados e que manifestam um total desconhecimento da paróquia que deveria querer presidir e não chefiar”.
Ricardo Duque recorda que o processo de edificação da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Ajuda foi “liderado pela Junta de Freguesia das Gaeiras à data, foi paga 50% pelo Município de Óbidos e os restantes 50% foram resultado das contribuições de muitos empresários da freguesia bem como de muitos anos de angariações de verbas que foram promovidas com o sangue, suor e lágrimas de muitos Gaeirenses e amigos das Gaeiras, na realização de dezenas de iniciativas”. O terreno onde está construído o templo foi cedido à Câmara pelo proprietário da Casa das Gaeiras, Frederico Lupi “clausulando o objeto a que este se destinaria” e acrescenta que o “patriarcado contribuiu com zero euros” para esta obra.
À Gazeta das Caldas, o padre Mário Silva disse não ter conhecimento do conteúdo do comunicado emitido pela Junta de Freguesia. “Não li nem lerei”, afirmou o pároco, escusando-se a fazer mais comentários sobre o assunto. Em relação à iluminação de Natal, Mário Silva considera que o pároco deveria ter sido informado antes da sua colocação, salientando que a vereadora Margarida Reis falou com ele para iluminarem a Igreja de Santa Maria, em Óbidos, e que as juntas de freguesia de S. Pedro e Santa Maria, e da Usseira, também lhe enviaram um email antes, a informar da iluminação das capelas e igrejas. ■

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