Foi inaugurada no dia 20 de Fevereiro na Assembleia da República uma exposição com os jornais que se publicam ininterruptamente em Portugal há mais de cem anos, numa iniciativa que pretende candidatar a imprensa portuguesa centenária a Património Cultural da Humanidade. A intenção mereceu o apoio de todos os partidos, expresso numa conferência que teve lugar na mesma manhã, organizada pela Associação Portuguesa de Imprensa (API) e que contou com a presença de deputados, especialistas em comunicação social e responsáveis de vários jornais regionais.

Muita gente desconhece que a existência de mais de 30 jornais centenários é uma especificidade portuguesa que não encontra paralelo noutros países. Por vários motivos: os fins do séc. XIX e inícios do séc. XX foram pródigos no aparecimento de inúmeros títulos devido às disputas políticas no período final da Monarquia e durante a I República, muitos jornais foram fundados por famílias que os publicavam com um espírito de missão que não visava o lucro, e outros estavam associados a tipografias que os produziam por um custo marginal.
E há outro motivo de força: Portugal atravessou o século XX sem ter sofrido nenhuma guerra no seu território, o que o poupou da destruição de muitos jornais como aconteceu no resto da Europa.
Esta especificidade portuguesa deu azo a uma candidatura na UNESCO para declarar a imprensa centenária portuguesa Património Cultural da Humanidade.
Na conferência organizada na Assembleia da República pela Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, todos os partidos manifestaram o seu apoio a esta candidatura e Edite Estrela, presidente da comissão parlamentar, anunciou que o próprio Presidente da República também já tinha dado o seu apoio.




