Já imaginou as sardinhas e os carapaus doces? Pois seguem-se os jaquinzinhos e as petingas… doces

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Gazeta das Caldas
O casal Hélia e Luís Calé (à esquerda) que são os rostos da empresa com a equipa que trabalha na Calé de Peniche
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O grupo Calé tem inovado nos últimos anos, tornando-se famoso pela criação do pão de algas, pão do mar, pastéis pelicanos e bolachas com renda de bilros comestível. Mas os seus responsáveis – o casal Luís e Hélia Calé – não ficaram por aqui e continuaram a criar doces. Já lançaram a sardinha e o carapau doce, que hoje apresentamos, e na calha estão, entre muitos outros, o jaquinzinho e a petinga.

A Sardinha Doce de Peniche é parecida com os ovos moles, mas feita num molde de uma sardinha real. No interior tem um doce de ovos (com redução de açúcar) e uma espinha feita de crocante de amêndoa que suaviza o doce.
Este novo produto remete para um símbolo de Peniche, que, pela pesca e pela conserva, durante anos foi o maior meio de sustento das famílias do concelho. Foi criada pela pastelaria e padaria Calé, uma empresa familiar dedicada à pastelaria e padaria que nasceu em Peniche em 1980, pelas mãos de Ilídio Calé, pai do actual proprietário que assumiu a gerência em 2005.
Luís Calé decidiu criar uma maior variedade na oferta, que se baseava no pão. A empresa detém um espaço de produção em Peniche, junto à loja que tem em Peniche: a Calé.
Mas a empresa precisava de crescer e decidiu expandiu-se para as Caldas, onde fundou dois estabelecimentos, as pastelarias ComTradição. “Fizemos um investimento muito grande, numa experiência muito positiva”, disse o empresário.
Além disso, a empresa dedica-se à distribuição de pão e bolos para cafés, lares, hotéis e escolas. Mas até aqui, esse era o caminho normal de qualquer padaria e pastelaria, sendo que esta se distinguiu pela inovação.
A criação do Pão de Algas e do Pão do Mar (em parceria com a Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche) foram um momento de mudança na vida da empresa. “Foram dois grandes passos, grandes desafios porque não existiam essas referências”, diz Hélia Calé.
Numa tentativa de aproximar o grupo às Caldas, onde detinha dois espaços comerciais, recriaram o pastel pelicano, numa história já contada pela Gazeta das Caldas.
Depois veio a “Sardinha Doce de Peniche” e a seguir a “Renda Doce”, umas bolachas de três sabores (de gengibre, de caramelo e flor de sal e de lima) com uma renda comestível em pasta de açúcar que remete para a renda de bilros, um ex-libris penichense. As bolachas de renda surgem de uma parceria com a Câmara de Peniche e a ESAD.
Por fim, veio o “Carapau Doce da Nazaré”, que nasceu de uma parceria com a Escola Profissional da Nazaré e que é vendido num quiosque, bem junto ao museu-vivo onde as peixeiras vendem o carapau seco e enjoado.
Mas desengane-se o leitor se pensa que o Carapau Doce é igual à sardinha, mas num molde diferente. Apesar das semelhanças – ambos são inspirados em peixes e ambos feitos em moldes reais – também têm muitas diferenças e a maior é o sabor.
É que os Carapaus Doces da Nazaré são uma criação que surge em parceria com a Escola Profissional da Nazaré, que queria um doce que remetesse para a praia.
O recheio é de doce de ovos (para lembrar a Bola de Berlim), doce de morango (que remete para o gelado Perna de Pau) e crumble (para dar uma ideia de areia). Tudo isto envolvido numa hóstia cinzenta da cor do carapau.
Para o futuro estão previstos novos lançamentos de doces. Nas Caldas a empresa já patenteou alguns e irá apresentar novidades ainda este ano. Em Peniche será lançada a Petinga (sardinha em ponto pequeno) e o SuperTubos. E na Nazaré também será lançado o Jaquinzinho (um carapau doce mais pequeno) e um outro doce que irá simbolizar algo típico daquela vila.
A Calé emprega cerca de 30 pessoas e uma das maiores dificuldades que encontra é no recrutamento de recursos humanos.
A saúde associada aos doces

Apesar de desenvolver produtos doces, a empresa tem procurado opções saudáveis. Foi assim que nasceu o Pão de Algas, que permite reduzir o consumo de sal e acrescentar o valor nutricional das algas, tal como o Pão do Mar, que também tem farinha de bivalves.
No caso da sardinha, o doce de ovos tem uma redução de açúcar face ao que é tradicional e as Rendas Doces têm nos seus ingredientes macroalgas.

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