Núcleo caldense da Liga celebrou o seu 100º aniversário no domingo, com uma cerimónia com mais de 150 pessoas na Escola de Sargentos do Exército
Na manhã do passado domingo, 28 de julho, o Núcleo das Caldas da Rainha da Liga dos Combatentes comemorou o centenário da sua fundação, com mais de 150 pessoas na Escola de Sargentos do Exército. A celebração iniciou-se com uma homenagem aos combatentes falecidos e deposição de uma coroa de flores no monumento à entrada do quartel.
Seguiu-se uma sessão solene, no auditório, na qual Sabino Félix, Fernando Madruga, António de Almeida, Daniel Gonçalves, Gaspar Martins, Joaquim Serralheiro, António dos Santos, Joaquim Serrenho, Marcelino Vieira e José Camilo foram agraciados com uma distinção pelos 25 anos de sócio da Liga.
Durante a sessão solene, o presidente do núcleo caldense, Emanuel Sebastião, frisou que “os associados das Caldas têm sido muito participativos”, que o núcleo tem atualmente cerca de 600 sócios ativos e pagantes e que os eventos costumam contar com mais de uma centena de participantes.
Fez questão de recordar o trabalho dos órgãos sociais que passaram pelo núcleo ao longo destes cem anos e também realçou a ligação entre o núcleo e a instituições militares e civis caldenses.
“Vamos edificar um monumento este ano no cemitério das Caldas”, revelou, esclarecendo que metade do valor necessário é suportado pela autarquia e que o núcleo tem angariado donativos de beneméritos e já conseguiu reunir uma verba que representa cerca de 25% do total, continuando a receber donativos até ao final do ano.
“Os núcleos são todos diferentes, uns têm uma vertente mais social, outros mais de apoio médico e há alguns mais de lazer. O núcleo das Caldas não é muito solicitado para apoio social a nível financeiro”, explicou, notando que a atividade que desenvolvem, através da realização de passeios, encontros gastronómicos e cerimónias tem reunido os combatentes, combatendo o isolamento .
Carlos Lopes, que foi presidente do núcleo caldense durante quase três décadas, notou que “as guerras são sempre injustas, podem ser necessárias em tempos históricos, mas não há guerras santas. A guerra é a expressão máxima da incapacidade do homem de conviver com outros homens”.
Nesta cerimónia “homenageamos os cidadãos que em determinado tempo histórico e por decisão política, tiveram que combater”, esclareceu, notando que “somos cada vez mais pacificistas, aqueles que sentiram as agruras da guerra, a solidão, a fome, o medo, o drama, a vida, a morte…”.
O presidente da Câmara, Vítor Marques destacou o papel do núcleo na cidade. Por sua vez, José Eduardo dos Santos, da Liga dos Combatentes, regressou à Escola de Sargentos do Exército onde salientou que “Caldas da Rainha possui um dos núcleos mais antigos da Liga dos Combatentes”, mas também o trabalho desenvolvido ao longo destes cem anos na cidade termal.
O Núcleo das Caldas da Rainha da Liga dos Combatentes foi fundado em 28 de julho de 1924, então sob a denominação “Delegação de Caldas da Rainha da Liga dos Combatentes da Grande Guerra”. Tinha como principal missão defender os interesses dos combatentes do primeiro grande conflito mundial, ajudar os inválidos de guerra, as viúvas e os órfãos. A primeira direção teve como presidente António Ferreira Damião Júnior, que foi nomeado pela direção do núcleo central. Após ser fundado, ainda sem um espaço próprio, o núcleo funcionou nas instalações do Regimento de Infantaria nº5, na secretaria do segundo Batalhão do mesmo Regimento, nos Pavilhões do Parque D. Carlos I.
O núcleo viveu de perto a saída do “5” para Lisboa, a vinda, breve vida e saída do Batalhão de Ciclistas nº2 nas Caldas e o regresso do RI5 à cidade termal, mantendo-se sempre nos Pavilhões do Parque. Atualmente, tem a sua sede no rés-do-chão do número sete da Rua do Sacramento, no edifício onde se situava, antigamente, a Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo. ■