Praça encheu-se com 85 vendedores, batendo o recorde de participantes. Amassar o Barro também consolida presença
Na tarde e serão de sábado, 27 de julho, todo o tabuleiro empedrado da Praça da Fruta esteve repleto de vendedores.
Às cinco da tarde era ver o mercado criativo a começar com alguns estreantes a querer também fazer parte deste mercado que teve no total 85 autores, o maior número de participantes de sempre.
Entre quem se estreou esteve a caldense Inês Clemente que veio apresentar a sua marca, La Reina – e que se dedica a fazer bandoletes e acessórios para a festa, tudo de forma artesanal.
“Faço tudo de raiz, sou eu que coso os tecidos e as pequenas peças nos acessórios”, disse a participante que é também maquilhadora e conjuga os seus dois trabalhos. Inês gostou da estreia no Bazar e já tinha experiência prévia de venda noutros mercados.
Tiago Braga e Christa Mitchell vivem na Sancheira Grande numa quinta de “agricultura natural”. “Produzimos hortícolas e viemos vender comida feita por nós”, contou a dupla que também se estreou no Bazar. Tiago foi chefe de cozinha em Londres mas agora prefere dedicar-se a produzir a matéria-prima e inclusivamente querem vir vender para a praça da Fruta. Trouxeram sandes feitas com massa mãe e com a preparação de vários dos seus legumes. A estreia no Bazar não poderia ter corrido melhor pois “gostaríamos de voltar” .
Francisca Martins formou-se em Design de Produto-Cerâmica e Vidro há seis anos na ESAD.CR. Agora veio pela primeira vez ao Bazar com as suas peças feitas em porcelana, em grés e também em vidro.
“Vim dar a conhecer o meu trabalho”, disse a autora que conhece bem as Caldas onde se formou e que agora está a aprofundar os seus conhecimentos pois está a tirar o mestrado de Artes e Ciência do Vidro e da Cerâmica, numa parceria da Nova FCT e das Belas Artes de Lisboa. Por seu lado, C’Marie e Egrito, a dupla de artistas que se dedica à arte urbana são presença habitual neste certame. C’ Marie contou que o Bazar “é uma ótima oportunidade para dar a conhecer e de vender o nosso trabalho”, além de que é uma verdadeira montra do que uma comunidade criativa da região está a fazer. Para a artista, a cada edição há novos autores a trabalhar com muita qualidade e mais estrangeiros e turistas dispostos a adquirir os trabalhos.
Nicola Henriques, da organização do Bazar, não podia estar contente coma grande adesão de participantes a esta edição. Tanto que futuramente o responsável dos Silos Contentor Criativo pensa candidatar o próprio certame a prémios que distinguem a criatividade e a dinâmica nas cidades.
“Fiquei muito feliz por o Ecomercado ter convidado o Amassar o Barro para se realizar em conjunto”, disse o responsável, que gostaria de co-organizar uma iniciativa com estes eventos a acontecer em simultâneo na cidade. “Sou apologista que vários eventos podem acontecer ao mesmo tempo e permitir intercruzar os públicos”, referiu Nicola Henriques.
Uma outra área em que o Bazar à Noite se tem distinguido é a qualidade dos seus materiais gráficos e já há quem colecione os cartazes e as t-shirts que fazem parte do merchandising deste evento. “Faremos uma exposição com estes materiais no próximo ano”, disse o coordenador.
Amassar em altas!
No sábado de manhã, pelas 10h00 da manhã, o tempo teimava em não abrir. Mas apesar da falta de sol não faltou gente de várias idades a querer experimentar a sensação de rodar uma peça. Umbelina Barros foi a ceramista convidada que trouxe algumas peças de bijuteria e pequenas jarras, feitas à roda e decoradas com escorridos. À tarde e serão, a ceramista também marcou presença no Bazar. A autora considera que iniciativas com o Amassar deveriam acontecer “mais e mais vezes” nas Caldas, permitindo o contato direto entre os ceramistas e o público. ■