
Acordo com grupo Sanfil prevê investimento a rondar os 6 milhões de euros. Unidade de saúde vai nascer no antigo edifício da EDP
A lista “Montepio XXI” apresentou, esta semana, o Memorando de Entendimento que pretende assinar com o Grupo Sanfil para a construção do Hospital Rainha D. Leonor. A obra pode superar os 6 milhões de euros e está projetada para o antigo edificio da EDP, que o Montepio adquiriu para aquele efeito.
O documento contém as “linhas gerais de como toda a operação se vai desenrolar”, explicou João Marques Pereira, recandidato à presidência do Conselho de Administração da associação mutualista. A obra poderá arrancar “assim que os contratos sejam assinados” e terão um prazo de execução de dois anos.
O acordo com o parceiro privado está “muito adiantado”. “Não fosse o problema [do adiamento] das eleições e o memorando já estaria assinado, os projetos concluídos e a obra iniciada”, frisou o candidato da lista A, que agradeceu o envolvimento da especialista Mariana Abrantes de Sousa, que “trabalhou pro bono” durante o que classificou de “negociações muito complexas”.
O dirigente assegurou que o Montepio não terá de pagar qualquer indemnização ao Grupo Sanfil, caso a lista vencedora das eleições na instituição opte por fazer tábua rasa da parceria, e frisou, de resto, que o memorando “não precisava ser validado” pela assembleia geral, “os contratos que daí resultam é que sim”. “Podíamos ter assinado o documento, mas decidimos, por uma questão de ética, não o fazer. Mas posso dizer que o parceiro vê com grande preocupação este período eleitoral. Ninguém gosta de instabilidade”, notou.
O Hospital Rainha D. Leonor pretende afirmar-se como “o melhor hospital privado da região”, com Serviço de Atendimento Permanente com acesso de ambulâncias, serviços de Imagiologia, Fisioterapia, Internamento, Bloco Operatório de três a quatro salas e Hemodiálise.
Entidade não terá de pagar indemnização ao privado, caso os novos órgãos sociais abdiquem do projeto
Considerando que o Grupo Sanfil é uma “entidade credível e com implantação no setor bastante significativa”, João Marques Pereira salientou que o Montepio “não tinha capacidade financeira, nem escala para avançar sozinho”, pelo que houve necessidade de encontrar um parceiro privado.
Além do hospital, a lista A pretende apostar na criação de novas Residências Assistidas, para as quais já tem um terreno, junto ao hospital. Na atual Casa de Saúde será constituído o Museu do Montepio, sendo que a entidade fará, ainda, uma aposta nos Cuidados Continuados, estrutura que ficará na esfera do Montepio.
Na conferência de imprensa, Carlos Querido procurou estancar a polémica que se tem vivido nas últimas semanas. “Pretendemos recentrar o debate, expurgá-lo de questões laterais”, esclareceu o candidato à Assembleia Geral. Já Paulo Sousa, candidato ao Conselho Fiscal, valorizou um projeto que “diz respeito aos 8 mil associados à comunidade”, anunciando a vontade de, caso seja eleito, criar um Gabinete de provedor do utente. ■