Seis figurinos foram apresentados na noite de 11 de março, na Praça de Santa Maria, abrindo as “portas” da exposição de moda que fica patente no Museu Abílio
Foi ao som de cabaret, a icónica música que lembra os loucos anos 20, que começou a noite onde a moda, aliada ao chocolate, esteve em destaque. O evento, que antecede a 20ª edição do Festival Internacional de Chocolate, deu a conhecer os figurinos criados pelo designer de moda obidense, Rafael Ferreira, propositadamente para o festival e confecionados por Bernadete Zamborlini Carretta, uma italiana atualmente também em Óbidos. A acompanhar as criações estiveram diferentes adereços esculpidos em chocolate por Xavier Mascarenhas, e que ficarão agora em exposição no Museu Abílio, que é a casa de um dos grandes figurinistas do início do século passado, Abílio Matos e Silva.
Os primeiros modelos da noite chegaram à Praça de Santa Maria dentro de um Ford T, o primeiro modelo de produção em série e que viria a democratizar a indústria automóvel. Este clássico, que estará em exposição em Óbidos durante o festival, integra o Museu de Automóveis Clássicos em Alenquer, uma coleção privada de José Mira que, desde muito novo, coleciona estas preciosidades.
Criar os seis figurinos para o festival revelou-se um “desafio enriquecedor”, comentou o jovem vencedor do prémio ModaLisboa X Moche, em 2021, na plataforma de experimentação e expressão de identidade da Lisboa Fashion Week, Sangue Novo. Rafael Ferreira gosta desta época, que ao nível da moda representa uma revolução da silhueta feminina, e teve oportunidade de explorar melhor a temática, pesquisando sobre o contexto social e também apoiando-se em filmes como The Great Gatsby, que considera que retrata os anos 20 do século passado, de forma muito fidedigna. “É um desafio conjugar a moda com o chocolate”, reconheceu o criador, acrescentando que, “no final, as coisas combinam muito bem e fazem sentido”. No final, também Xavier Mascarenhas, se mostrou satisfeito com o resultado. O chef chocolateiro que concebeu vários acessórios, como um relógio de bolso ou joias em chocolate, falou da “delicadeza” que é necessária para conceber estas autênticas obras de arte.
Chocolate por toda a vila
A 20ª edição do festival irá decorrer entre os dias 25 e 27 de marco e 1 e 3 de abril (dois fins-de-semana). Este ano o evento deixará a cerca do castelo para se espalhar pela vila, “com o objetivo de que as ruas sejam sítios de permanência e não de passagem”, explicou Ricardo Duque, administrador da Óbidos Criativa, que organiza o evento.
Com curadoria de Francisco Siopa, o festival contará com concursos, animação de rua com uma companhia de teatro italiana, cinema mudo, as marcas e chocolateiros estarão representados em diversos sítios da vila e o showcooking decorrerá na Casa da Música.
No ano em que o evento assinala duas décadas, surge o primeiro investimento privado na área do chocolate, a Óbidos Chocolate House, que consiste numa fábrica, com produção própria. Também na Praça de Santa Maria estará instalada uma fábrica de chocolate.
As esculturas estão a ser criadas pela equipa do chef chocolatier Abner Ivan, que já se encontra em Óbidos a trabalhar há cerca de um mês.
Ao todo serão utilizadas mais de três toneladas de chocolate.
Com um orçamento de 200 mil euros, o evento tem como um dos principais patrocinadores o grupo Rolo, sediado no concelho com quatro unidades. Para além de continuar a afirmar Óbidos na senda dos grandes eventos, o festival “vai dar um retorno muito interessante aos comerciantes”, acredita o presidente da Câmara, Filipe Daniel.
O Festival Internacional de Chocolate em Óbidos irá funcionar nas sextas e sábados das 11h00 às 23h00 e domingos das 11h00 às 20h00. O bilhete custa sete euros e 5 euros (para crianças entre os 4 e os 11 anos). Os menores de 3 anos não pagam entrada.