Mais de um milhar de voluntários garantem Tasquinhas nas Caldas

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Tasquinhas, animação, etnografia, exposições, artesanato e espaço infantil, tudo junto na Expoeste

O “maior restaurante” da região está de portas abertas até domingo, na Expoeste. A animação musical, o artesanato, exposições e etnografia também são atrativos

 

Gastronomia local e variada e música popular a acompanhar. Esta a receita das tasquinhas das Caldas que, durante 10 dias, transformam o recinto da Expoeste num mega restaurante, aberto diariamente para jantar e, ao fim de semana, também para o almoço.
E são muitos os caldenses, mas também os turistas de férias na região, que escolhem o local para saborear algumas iguarias, mas também para conviver. Margarida e José Santos, oriundos da zona de Coimbra, estão a passar uns dias na região, com amigos, e não deixaram de visitar as tasquinhas. “Gostamos muito deste ambiente e a comida é saborosa”, referiu o casal, que terminava um prato de bacalhau. Salientam que a escolha acaba por ser o mais difícil, tendo em conta a oferta, mas procuram sempre alguns pratos mais tradicionais.
A trabalhar nas tasquinhas desde a primeira edição (1997) como cozinheira na tasquinha do Rancho Folclórico e Etnográfico da Fanadia, Ana Pereira, gosta destes dias de azáfama. “É um sacrifício mas somos como uma família, o convívio é bom. Já nos habituámos nestes anos todos”, conta, acrescentando que este é também um meio que o rancho tem para se financiar para as atividades do resto do ano. Bordadeira de profissão, Ana Pereira, sempre gostou de cozinhar e, nestes dias, não tem mãos a medir. “Como todos os anos vai aumentando a procura pois os pratos já são conhecidos, somos mais a confecioná-los”, explica, dando conta dos cerca de 15 voluntários que asseguram toda a preparação, desde as entradas às sobremesas, passando pelos pratos tradicionais que apresentam. Logo no primeiro dia de certame, e embora as portas abrissem às 18h00, o grupo chegou à Expoeste eram 8h30. “Como de manhã o salão está mais fresco, começamos por fazer as sobremesas”, explica, acrescentando que depois passam à preparação dos pratos, que nesta tasquinha são sempre os mesmos, sopas e entradas. “Como não temos frio suficiente para guardar as coisas, temos de as confecionar todos os dias”, concretiza a voluntária, enquanto preparava a fritada.

“A grande festa do concelho”
Este ano estão presentes 14 tasquinhas, sete bares, 35 associações e outras tantas bancas de artesanato. Para os 10 dias estão previstos também mais de 30 espetáculos e atividades culturais. A “grande festa do concelho”, foi destacada pelo presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, Nuno Aleixo, durante a inauguração, a 2 de agosto, deixando um agradecimento a todos quantos a tornam possível. O elevado número de pessoas envolvidas na organização foi enaltecido por Pedro Marques (em representação do presidente da Assembleia Municipal), reconhecendo, porém, que “nota-se que está a ser cada vez mais difícil as associações estarem presentes e constituírem equipas”. Uma situação que “a Assembleia Municipal e a Câmara terão de ver”, e que, na sua opinião, prende-se com a desertificação das freguesias, sobretudo das do interior do concelho. Deixou ainda um apelo para que possam ser criadas condições de atratividade para a fixação da população.
Mais otimista, o presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, considera que esta diminuição do número de participantes em relação há uns anos, é uma consequência da pandemia, em que algumas associações “não ganharam coragem para serem mais dinâmicas”.
O município das Caldas faz um investimento na ordem dos 190 mil euros no evento, com o objetivo de desenvolver o concelho do ponto de vista turístico, mas também ajudar as associações a angariar financiamento para um conjunto de atividades que dinamizam durante o ano. Vítor Marques destacou ainda que o evento tem um dia dedicado aos emigrantes, que nesta edição foi assinalado a 7 de agosto. ■