Master Plan aponta para construção de novo balneário para 20 mil aquistas

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A apresentação das conclusões dos estudos teve lugar no passado dia 13, no CCC
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Escolha da autarquia recai sobre terreno privado junto à antiga fábrica da Bordalo Pinheiro. Empresa municipal será criada para gerir termalismo

A Câmara das Caldas da Rainha apresentou no passado dia 13 de junho, no pequeno auditório do CCC, as conclusões do Master Plan do Termalismo e o modelo de governação. O executivo liderado por Vítor Marques aposta na construção de um novo balneário com capacidade para acolher 20 mil aquistas por ano e que permita uma oferta complementar de saúde e bem-estar. A localização será num terreno privado localizado junto à antiga fábrica da Bordalo Pinheiro e, para gerir o equipamento, deverá ser criada uma empresa municipal.

A decisão central do Master Plan passa pela construção de um balneário moderno, com capacidade para receber mais de 20 mil utentes por ano, apostando não só nas tradicionais valências terapêuticas, mas também no bem-estar. “Há espaço em Portugal, e no nosso território, para termos uma resposta deste nível”, defendeu o presidente Vítor Marques.

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O equipamento, proposto com uma área de implantação de 3000 mais 1200 m2, vai aliar a oferta de uma piscina termal, que atualmente não existe na estância caldense, às terapias clássicas e novas tendências de wellness e reabilitação desportiva. “Queremos juntar a reabilitação especializada no desporto, inclusivamente direcionado à alta competição”, acrescentou Vítor Marques, apontando para a ambição de atrair equipas e atletas para programas de recuperação com águas termais.

O autarca realçou que, atualmente, com as limitações da oferta termal nas Caldas, a procura anual cifra-se em cerca de 2.000 aquistas, sublinhando a importância de escalar a oferta para garantir a rentabilidade do termalismo caldense.

A escolha da localização era um dos objetos do Master Plan. Em estudo estavam três possibilidades. O atual estacionamento da Parada, o espaço da compostagem na Mata Rainha D. Leonor e um terreno junto à antiga fábrica de faianças Bordalo Pinheiro. Este último foi o escolhido, apontado como estratégico quer pelo estudo do Master Plan, quer por Vítor Marques, por permitir a ligação entre o Parque D. Carlos I, a Mata Rainha D. Leonor e o Centro de Artes. “É o espaço adequado. É um espaço privado, mas o proprietário está disponível para negociar com a câmara”, revelou o autarca, salientando que a localização permitirá criar uma ligação entre vários espaços emblemáticos da cidade e potenciar uma oferta integrada de lazer, cultura e saúde, num novo parque com mais de 30 hectares.

Âncora do projeto de revitalização do termalismo nas Caldas da Rainha será a academia. “É importante que haja um trabalho ligado tanto à investigação, como à formação”, afirmou Vítor Marques. O autarca lembrou que está pronto para arrancar em setembro um TeSP de termalismo e bem-estar em articulação com a Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria e a Escola Nacional de Saúde Pública. O autarca quer ainda que seja criada no concelho uma escola superior ligada à saúde, para a qual tem um espaço já pensado. “O antigo externato Ramalho Ortigão tem todas as condições para albergar essa resposta”, referiu.

A apresentação pública dos dois estudos conduziu a uma segunda decisão por parte do executivo municipal, nomeadamente a criação de uma empresa municipal, com uma gestão “mais ágil e profissional” do termalismo nas Caldas da Rainha.

O projeto conta já com financiamento assegurado, cerca de 5 milhões de euros incluídos no ITI da OesteCIM, para o termalismo, verba à qual Vítor Marques espera poder ainda adicionar para o aproveitamento da energia geotérmica. O autarca acredita também que será possível obter financiamento no âmbito da ITI da nova Nut II, Oeste e Vale do Tejo. Além disso, Vítor Marques adiantou que o município terá que recorrer a financiamento bancário, mas terá “capacidade e ousadia” para o fazer, disse.

Vítor Marques realçou que as conclusões do estudo não são, para já, uma decisão quanto ao projeto final, mas permitem que a execução do projeto concreto possa arrancar logo após o início do próximo mandato autárquico, qualquer que seja o executivo eleito. “Esta não é a altura de tomarmos decisões ao nível da Câmara. Mas é a altura de cada uma das candidaturas definir as suas propostas para aquilo que quer para o futuro do termalismo nas Caldas”, apontou.

O que o autarca não tem dúvidas é que que este será um verdadeiro catalisador de transformação urbana e económica nas Caldas da Rainha, lembrando que, a avançar a construção do novo Hospital do Oeste, mesmo que a escolha recaia sobre a proposta das Caldas e Óbidos, o centro urbano vai perder movimento com essa deslocalização e “precisamos de compensar isso”. Além dessa questão, o autarca acrescenta que a implementação do plano para o termalismo irá contribuir para a reorganização da cidade, nomeadamente ao nível da mobilidade e estacionamento, estando prevista a apresentação de um estudo sobre esta matéria ainda no atual mandato.

Duas propostas para a localização do novo balneário. A área 1 é um terreno que pertence a privados na Quinta da Boneca. A área 2 trata-se da zona de compostagem na Mata
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