Iniciativa traduz-se em mais de 3 mil euros de material de apoio, que será enviado para as zonas em conflito
Os pedidos de apoio com material médico para a Ucrânia levaram Luís Silvério, enfermeiro no serviço de neonatologia no hospital das Caldas da Rainha, a “mobilizar-se” junto da família e entidades com as quais colabora, numa tentativa de dar uma resposta a esta necessidade. Começou assim, há cerca de duas semanas, a iniciativa que juntou a sua família, a Liga de Amigos do Centro Hospitalar das Caldas, a associação Salvar, a Asical/elementos de pediatria das Caldas, o Agrupamento 753 de Escuteiros de Óbidos e o Grupo Coral e Musical do Hospital das Caldas. Em conjunto conseguiram obter, numa semana, 3200€, que se traduziram depois em 60 kits de material de apoio médico, criados na Loja dos Bombeiros de Óbidos. Cada conjunto é constituído por compressas, ligaduras, soro fisiológico, betadine, adesivos, sacos de frio/calor instantâneo, com o objetivo de dar uma primeira resposta a quem está ferido.
Os kits já estão preparados e seguirão, durante esta semana, em quatro ambulâncias que foram doadas para a Ucrânia para apoiar os médicos na frente de combate no socorro às vítimas.
Ao pedido inicial de três veículos, os Bombeiros Voluntários de Óbidos já conseguiram que fossem doados 12, por várias associações de bombeiros voluntários, dos quais 8 já se encontram naquele país em conflito.
“O mais premente em termos de necessidades, além das ambulâncias são materiais de primeiros socorros, que vão equipar as próprias ambulâncias e também alguns hospitais ainda em funcionamento”, explica o comandante dos Bombeiros de Óbidos, Marco Martins, regressado recentemente da Polónia.
Os bens angariados irão fazer parte da carga das ambulâncias, que seguirão por terra, e que serão entregues a elementos da associação SOS Army, uma organização ucraniana de ajuda humanitária e de ajuda ao exército de voluntários ucranianos. Para garantir que os bens doados chegam aos que deles necessitam, foi enviada equipa de cinco operacionais dos bombeiros de Óbidos para a Polónia.
“Os camiões chegavam e depois os bombeiros iam distribuir os bens e permitir que chegavam aos campos dos refugiados, sem que houvesse desvios”, explicou Marco Martins, acrescentando que atualmente não estão a enviar bens alimentares ou de higiene porque constataram que os centros logísticos têm uma grande capacidade de oferta a nível europeu. Nesta fase não estão a perspetivar enviar mais nenhuma equipa, mas poderá acontecer no futuro, se houver necessidade.