Maternidade das Caldas encerra para obras e grávidas serão atendidas no Hospital de Leiria

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Elsa Baião (à esquerda) diz que o processo foi articulado e que o Hospital de Leiria tem capacidade de resposta

Durante os quatro meses de encerramento deste serviço, equipas das Caldas reforçam maternidade de Leiria

O Serviço de Ginecologia – Obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha estará encerrado entre 1 junho e 31 de outubro, para a realização de obras de requalificação. Durante esta intervenção, o internamento, bloco de partos e urgência obstétrica estarão suspensos sendo as grávidas encaminhadas para o Centro Hospitalar de Leiria. Também nestes quatro meses em que decorrem as obras, a equipa do Hospital de Leiria será reforçada com médicos e enfermeiros do Serviço de Ginecologia – Obstetrícia do CHO. Elsa Baião, presidente do conselho de administração, explicou, em conferência de imprensa, que “três médicos e cinco enfermeiros deslocar-se-ão ao Centro Hospitalar de Leiria, em dias fixos, para reforçar as respetivas equipas, tendo em conta que eles vão ter um volume de atividade acrescido”.
As consultas externas de Ginecologia e de Obstetrícia, continuarão a funcionar nas instalações do hospital caldense.
As intervenções previstas representam um investimento global na ordem de 1,2 milhões de euros, dos quais 401 mil euros foram financiados no âmbito do programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Partos do SNS, 725 mil euros financiados pela Câmara das Caldas e 82 mil euros suportados pelo CHO.
A primeira obra, que deverá arrancar na primeira semana de junho, consiste na remodelação da rede de esgotos do bloco de partos, considerada “essencial” tendo em conta a idade do edifício e o estado atual da sua rede de esgotos. Com custo de 22 mil euros, financiados pelo CHO, terá uma duração de quatro semanas. Seguir-se-á a requalificação do bloco de partos, que vai permitir a criação de quartos de parto, reabilitação e criação de novas instalações sanitárias para funcionários e utentes e ter um posto de vigilância. Serão também adquiridos novos equipamentos.
Em simultâneo irá decorrer uma requalificação no internamento, que vai incidir na substituição do chão, pinturas, alterações na climatização.
“São obras que vão compensar em qualidade de prestação e também da segurança, conforto e humanização dos serviços”, resumiu Elsa Baião, lamentando, contudo, os constrangimentos que as obras irão causar.
Este será um processo que “exigirá muita monitorização nesta fase inicial e vamos avaliando e tentando encontrar outras alternativas”, referiu a responsável, especificando que “estão criados planos de contingência caso sejam necessárias mais camas” no Hospital de Leiria para assegurar a resposta às grávidas. Tendo em conta a distância, o conselho é que as grávidas contactem “previamente a Linha de Saúde 24 antes de se deslocarem” ao Hospital de Leiria.
O PCP já reagiu a este encerramento e, em comunicado, anunciou que o seu grupo parlamentar tomou a iniciativa de chamar à Assembleia da República o ministro da Saúde. Reconhece que são necessárias as obras, mas considera que “não é compreensível” que tal implique o encerramento do serviço no CHO e que este “seja anunciado com apenas cinco dias antecedência”. Também a Câmara das Caldas emitiu um comunicado onde dá conta do investimento feito “para que a maternidade possa funcionar e atender devidamente todas as utentes”. E destaca ainda que a unidade caldense do CHO já possui “das melhores pediatrias do país” e que espera que este investimento “seja tomado em conta na decisão do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, em relação à localização do novo CHO. Como todos sabem, defendemos que deve ficar na região de Caldas e Óbidos”. ■