Miguel Vieira dos Santos
Caldas da Rainha
32 anos
Newark, EUA
Gestor financeiro
O que mais gosta do país onde vive?
Os EUA é ainda um país de grandes oportunidades. O que mais me impressionou foram as diferenças ao nível do mercado de trabalho. Comparativamente com Portugal, há claramente menos discriminação por parte das empresas que procuram contratar e digo isso essencialmente em relação à raça, à nacionalidade e à idade. Aqui não se é velho de mais para trabalhar e isso acontece porque existe flexibilidade do mercado de trabalho, que permite às empresas arriscar mais na contratação de um colaborador e ao mesmo tempo ajuda na redução dos índices de desemprego. Quem procura trabalhar, depressa encontrará o seu espaço.
No meu caso, vim para cá com um posto de trabalho garantido, ao contrário da minha esposa, que arriscou mais, ao desempregar-se em Portugal e vir para um país novo sem certezas em relação ao seu futuro profissional. Felizmente as incertezas duraram três meses apenas e actualmente trabalha numa importante multinacional francesa em Nova Iorque, onde se sente valorizada diariamente e recompensada financeiramente.
Outro aspecto importante deste país é a facilidade com que uma pessoa se pode deslocar dentro do mesmo, onde os automóveis são mais baratos, o preço das portagens é insignificante e o preço dos combustíveis é três vezes mais barato do que em Portugal. Haja disponibilidade para viajar e pode-se conhecer muita coisa gira.
O que menos aprecia?
A desorganização de alguns serviços públicos, nomeadamente os serviços de Imigração, que são, por norma, demorados e extremamente burocráticos.
De que é que tem mais saudades de Portugal?
“A proximidade do mar; O facto de ser um país pequeno em termos geográficos; A família e os amigos. Da rotina de ir ver os jogos do meu Benfica (aqui perco muitos jogos devido á diferença horária). Sinto falta da simplicidade das coisas. Do nosso peixe e do nosso marisco. Portugal será sempre a minha casa.”
A sua vida vai continuar por aí ou espera regressar?
Continuará nos próximos dois a três anos. Depois, logo se verá.
“Encontro-me numa zona de muita imigração”
Represento um dos principais grupos financeiros portugueses no mercado norte-americano, nomeadamente, no Estado de Nova Jérsia, onde se encontra uma das mais importante comunidades portuguesas de todo o mundo. Os nossos clientes, conseguem, através dos nossos serviços, gerir os seus interesses financeiros em Portugal.
Opto por me deslocar para o trabalho, normalmente a pé, uma vez que resido relativamente perto do nosso escritório. Entendo que esta é uma experiência que me permitiu conhecer uma realidade diferente e aumentar o meu “networking”. Para a minha família foi também muito enriquecedor, quer a nível pessoal, quer a nível curricular.
O clima é de extremos, sempre bastante húmido. É possível encontrar temperaturas de 20 graus negativos no inverno e de 40 graus no Verão.
A nível cultural, importa referir que me encontro numa zona de muita imigração, onde várias comunidades co-existem com relativa facilidade. As comunidades mais expressivas são a portuguesa, a brasileira, a equatoriana e a italiana.
Miguel Vieira dos Santos