“As pessoas que são mesmo americanas tem uma mentalidade muito diferente”

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TomasReis1Tomás Reis
Alvorninha
27 anos
Long Island (New York), EUA
Construção Civil
Percurso Escolar:
Escola Primária Alvorninha, Escola Primária Enconsta do Sol, EB D. João II, Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

O que mais gosta do país onde vive?
A facilidade em que podemos ver os nossos sonhos tornarem-se realidade. Vim para este pais sem nada e agora tenho basicamente tudo o que uma pessoa gostaria de ter.

O que menos aprecia?
As pessoas que são mesmo “americanas” tem uma mentalidade muito diferente, não gostam nem aguentam trabalhar no duro, procuram sempre maneira de fazer dinheiro sem ter que fazer nada. Já para não falar do tráfico: onde quer que se vá, há sempre um exagero de veículos na estrada. O clima também não é dos melhores com um Inverno muito frio e Verão quente e muito húmido.

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De que é que tem mais saudades de Portugal?
Da gastronomia, sem dúvida. E claro que tenho a minha família aí, mas é outra saudade, que hoje as tecnologias ajudam muito em manter a comunicação. Quando vivia em Portugal não ligava às paisagens do nosso país, as belezas que os turistas vão a Portugal ver. Agora que estou deste lado é que me apercebo o quão bonito é o nosso país.

A sua vida vai continuar por aí ou espera regressar?
A minha vida será aqui. Mas quem sabe o futuro não o diz!
Vim para cá com a ideia que trabalhava dois ou três anos e voltava para a terra natal, mas é claro que não aconteceu assim. Aqui neste país é para trabalhar e ganhar dinheiro e investir. Quando chegarmos à reforma e outra história. Aí já irei passar provavelmente metade do ano em cada lado.

“Levanto-me às quatro da manhã para ir trabalhar”

Desde que deixei o serviço militar em 2008 e me mudei para os Estados Unidos que trabalho na construção civil. Tentei restauração mas não se ganha tanto e neste país o emigrante vem é para ganhar dinheiro e fazer o que o americano não quer fazer ou não sabe.
Trabalhei três anos num estaleiro de materiais de construção e agora estou de volta ao campo de guerra, mas desta vez numa empresa que faz pavimento para o Estado e câmaras municipais. Sendo esta a minha opção, tenho que me levantar às 4h00 para conduzir até ao local em que todos nos encontramos para irmos para o local da obra. Chego a casa pelas 17h30 ou 18h00, o que ainda me dá tempo de cuidar da relva ou fazer outras coisas em casa.
Aos fins de semana no Verão normalmente vou até a praia visto que vivo numa ilha e é rápida a viagem.
Os preço aqui são relativos. Vestuário é muito mais barato, mas para ter uma casa, carro, mota, e todas essas coisas boas da vida torna-se caro. Principalmente os seguros dos veículos e de saúde são absurdos… Assim como o clima. No Inverno frio e neve com fartura, mas chegamos ao Verão e é calor e muita humidade. É ridículo como é tão bom ter ar condicionado em casa. E o aquecimento é obrigatório por causa do Inverno.
As pessoa em geral são todos muito simpáticas, menos quando conduzem. O trânsito é tanto que as pessoas andam stressadas nas estradas, o que provoca muitos acidentes.
Em relação a cultura é muito fácil habituarmo-nos a este estilo de vida, mas é claro que no início há sempre um grande choque emocional. Isso depende se se veio para cá sozinho como eu vim… No entanto estou casado há quatro anos e meio, tenho uma casa que construí com ajuda dos meus sogros e pais e amigos, e tenho possibilidade de fazer uma vida que nunca pensei em poder viver.
Quem está ilegal neste país vive muito limitado em relação a tudo o que implique identificação (que foi o meu caso por dois anos), mas tive sorte em encontrar a minha esposa e ter a oportunidade de ser feliz aqui e de aprender a falar inglês. A melhor escola em que podemos aprender de tudo é a da vida. É certo que a vida é dura, mas nós ainda somos mais.

 

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