Oeste coberto pela primeira vez com meio aéreo de combate a fogos

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Helicópetro da ANEPC estacionado na Lourinhã já foi chamado a intervir em várias ocorrências nestas duas semanas
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Helicópetro ligeiro estacionado no heliporto dos Bombeiros da Lourinhã já está operacional

O Oeste conta, pela primeira vez, com um meio aéreo colocado na região para o combate aos incêndios florestais, com a entrada ao serviço de um helicóptero no passado dia 1 no heliporto dos Bombeiros Voluntários da Lourinhã. Trata-se da única infraestrutura regional certificada para o efeito e o helicóptero ligeiro Ecureuil B2, contratado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e previsto no DECIR – Diretiva Operacional Nacional Nº 2 do DECIR (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais), vai poder operar num raio de 40 quilómetros, entre 1 de junho e 15 de outubro. Este período poderá ser alargado caso haja necessidade.
Para o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste, esta decisão do comando da ANEPC reveste-se de extrema importância para a época de incêndios que estamos já a atravessar. “Com este helicóptero ficamos com todos os municípios cobertos com um meio aéreo para o ataque inicial [aos incêndios rurais] porque tínhamos uma franja que abrangia Peniche, Óbidos, um pouco da Lourinhã, parte do Bombarral e parte das Caldas da Rainha que não tinham cobertura aérea”, explicou Carlos Silva. “Nalgumas áreas mais críticas, como a Serra do Montejunto, até acabamos agora por ter a duplicação de meios em caso de necessidade e podemos reforçar com um ataque mais musculado e aplicar mais que um meio aéreo de ataque inicial”, explicou o responsável operacional à Gazeta.
A opção pela colocação deste meio aéreo no Oeste, em detrimento de um avião, deve-se ao condicionamento da inexistência de locais para o reabastecimento de água, enquanto que um helicóptero acaba por ter a versatilidade de poder reabastecer mais facilmente numa charca, por exemplo. “Para operar na nossa região, um avião tem que ir ao rio Tejo ou ao rio Mondego, na Figueira da Foz, o que acaba por se traduzir em muito tempo de deslocação, pelo que acabamos por ganhar com a versatilidade do helicóptero”, destaca Carlos Silva.
Opinião também partilhada pelo diretor do Centro de Meios Aéreos da Lourinhã, o antigo comandante dos bombeiros voluntários Carlos Pereira e presentemente segundo-comandante de Emergência e Proteção Civil de Lisboa e Vale do Tejo, que integra a sub-região Oeste. “Este meio aéreo na Lourinhã fará a triangulação com os helicópteros em Mafra e Santarém, que vão ajudar no raio de ação dos 40 km em que se consigam cruzar e assim garantir um maior reforço no ataque inicial”. Em causa está ainda o apoio à sub-região de Lisboa (zona da Malveira) e à sub-região da Lezíria (Azambuja e Rio Maior).
Presentemente com o nível de prontidão Charlie, que vigora até final do mês, estão empenhados 59 equipas, 260 operacionais e 61 veículos, meios que subirão de 1 de julho a 30 de setembro, com o nível Delta, para 65 equipas, 289 bombeiros e 69 veículos, nos 12 concelhos do Oeste. Estes meios integram as diferentes equipas de intervenção permanente das corporações de bombeiros do Oeste. Juntam-se ainda os sapadores florestais do dispositivo do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, da Guarda Nacional Republicana (SEPNA e Unidade de Emergência de Proteção e Socorro) e AFOCELCA (Agrupamento Complementar de Empresas para Proteção Contra Incêndios).
Para o comandante Carlos Silva, “é sempre arriscado dizer se são os meios suficientes, mas com base no histórico de um ano desta nova reestruturação [da ANEPC], é muito idêntico a 2023, em que conseguiu dar resposta às necessidades normais”, pelo que rotula de “um dispositivo forte” para que exista “um ataque musculado” no combate à fase inicial aos incêndios deste verão. ■

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