Durante o ano de 2017 as vendas de automóveis cresceram em Portugal 7,7% em relação ao ano anterior, mantendo a tendência de recuperação de um sector que foi gravemente afectado pela crise. A estatística por municípios mais recente ainda não foi disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística, mas em 2016 o sector cresceu 28,5% em número de automóveis vendidos no Oeste, colocando a região a par da média nacional.
Os principais mercados do Oeste neste sector são, de forma consistente, Caldas da Rainha, Torres Vedras, Alcobaça e Sobral de Monte Agraço.
Na região foram adquiridos e registados 7.664 novos veículos (incluindo ligeiros e pesados, de passageiros e mercadorias), mais 28,5% do que em 2015. Um crescimento muito acima do verificado na região Centro, onde a venda de automóveis cresceu 18,6% no mesmo período. O Oeste é mesmo a segunda sub-região do Centro com mais automóveis novos por mil habitantes (21,47), batendo grandes centros como Coimbra e Aveiro. Acima está apenas Leiria, com um índice de 21,47. Este resultado, que significou um grande incremento em relação a 2015, colocou o Oeste perto da média nacional, que é de 22,39.
Por município, o campeão de vendas foi Torres Vedras, onde se transaccionaram 1.556 automóveis. Seguem-se Alcobaça, com 1.324 viaturas novas, Sobral de Monte Agraço, com 1.228, e Caldas da Rainha, com 1.135.
Entre estes quatro concelhos, que representam mais de metade dos novos registos, Caldas da Rainha foi o que mais cresceu, próximo dos 44%, depois de em 2015 se terem matriculado 790 novos automóveis. Alcobaça e Torres Vedras cresceram acima dos 30% e apenas Sobral de Monte Agraço se ficou pelos 2,2%.
Este último é, no entanto, aquele em que se vendem mais ligeiros de passageiros, num total de 1.155. O caso do Sobral de Monte Agraço tem várias particularidades, porque é um dos concelhos onde se vendem mais automóveis novos, apesar de ser dos de menor dimensão na região. De resto, este é mesmo o município com maior índice de novas matrículas per capita, com praticamente 120 novos carros por cada mil habitantes, quando os restantes não chegam aos 25. Este dado terá como principal explicação a proximidade com Lisboa e a fixação de jovens vindos daquele grande centro.
Alcobaça e Arruda dos Vinhos, com 24 viaturas novas por mil habitantes, fecham o pódio deste ranking, seguidas das Caldas da Rainha, com 22. Tirando Sobral de Monte Agraço, o Oeste não tinha tido em 2015 nenhum concelho acima das 20 novas matrículas por mil habitantes.
Sobral de Monte Agraço volta a estar em destaque quando se reduz a amostra para os ligeiros de passageiros. É que neste particular aquele concelho é mesmo líder, com 1.155 novas matrículas, mais 76 que Torres Vedras e 144 que Alcobaça. Neste particular, Caldas da Rainha ainda não chega ao milhar de novas viaturas registadas.
Óbidos foi o único concelho do Oeste onde a aquisição de ligeiros de passageiros novos diminuiu tendo passado de 103 para 95.
Cadaval, Peniche e Bombarral, por esta ordem, são os concelhos onde se adquiriram menos viaturas por mil habitantes.
ACIDENTES AUMENTARAM, MORTES DIMINUÍRAM
A estatística do INE incide igualmente sobre a sinistralidade rodoviária. Apesar de terem aumentado os acidentes no Oeste, a sua gravidade diminuiu, assim como o número de mortes.
Em 2016 (os dados de 2017 só serão divulgados pelo INE no final deste ano) houve mais acidentes no Oeste, 1.203 contra os 1.022 de 2015. Destes resultaram igual número de vítimas, 1.568, com uma redução do número de mortes, de 28 para 24.
Foi nos concelhos de Torres Vedras e Alcobaça que se registaram maior número de acidentes rodoviários (289 e 239). Em ambos foram contabilizadas quatro vítimas mortais e mais de 300 não mortais.
Nas estradas caldenses foram registados 163 acidentes, mais oito que em 2015. As vítimas aumentaram de 191 para 202, mas as mortes diminuíram de três para uma.
O concelho com menor sinistralidade é Sobral de Monte Agraço, com 27 acidentes e nenhuma vítima mortal. Apenas em Peniche também não se registaram vítimas mortais em acidentes rodoviários.
Já o concelho em que a sinistralidade mais reduziu foi o de Óbidos, com menos 16 acidentes para um total de 46. Aqui, o total de vítimas também diminuiu, mas o número de mortes manteve-se em duas.
O que também diminuiu, no Oeste, foi o índice de gravidade dos acidentes, que baixou para 2. No Centro, apenas a sub-região do Médio Tejo tem um índice inferior, 1,44, enquanto a média nacional é de 1,9. Excepto Peniche e Sobral de Monte Agraço, que têm o índice a zero, Caldas é apresenta o índice mais baixo, com 0,61.
A nível nacional, segundo os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a sinistralidade aumentou em 2017. Entre Janeiro e Novembro o número de acidentes, de vítimas e de vítimas mortais já era superior ao de 2016. J.R.