Grupo que já tem 60 anos voltou a unir gerações para o tradicional jogo de futebol no areal da Foz e o primeiro banho do ano
Na manhã de 1 de janeiro, a praia da Foz do Arelho encheu-se de energia e boa disposição com o tradicional primeiro banho do ano do grupo Phoz Plage. A tradição, que começa sempre com uma “futebolada” na areia da praia, já conta com 60 anos e voltou a reunir dezenas de pessoas de várias idades, prontas para enfrentar a água fria e dar as boas-vindas ao novo ano de forma revigorante.
Ricardo Santos, que participou pela primeira vez vindo da Suíça, não escondeu o entusiasmo. “Foi o Nuno Teles, que é o meu cunhado, que me convidou. Passámos o ano juntos em família e ele convidou-me para vir jogar esta peladinha na areia e depois irmos ao primeiro banho,” contou Ricardo, ainda com o sorriso de quem superou o desafio.
A experiência foi marcante. “Foi muito fixe. Tive a sorte de termos menos dois jogadores e de ganhar o jogo,” brincou Ricardo, que foi o guarda-redes da equipa vencedora. Mas o verdadeiro teste de coragem veio depois. “A gente fecha os olhos e manda-se lá para dentro. Tem que ser porque faz bem. A água fria faz bem e temos de esquecer isso,” acrescentou com boa disposição. O novo plageano garante que esta é uma boa forma de começar o ano e salientou a heterogeneidade do grupo. “Tem pessoas de várias idades, uma menina e a malta é muito fixe. É algo muito diferente e tenho a certeza que vou começar a repetir”, garantiu.
Nelson Coito, presidente da comissão do Phoz Plage, destacou a longevidade desta tradição. “Faz este ano 60 anos e aqui estamos nós de outra vez, com um dia agradável. A água está um bocadinho fresquinha, mas aguenta-se bem,” disse após o corajoso mergulho nas águas do Atlântico. Para Nelson Coito, este ritual anual vai muito além do mergulho. “É um privilégio estar nesta comissão e ter tantos amigos e colegas que aparecem no dia 1 para comemorarmos aqui o ano novo,” afirmou com orgulho. Uma tradição que é aberta a todos. “Estamos aqui todos os anos, todos os domingos e feriados. Às 11 horas jogamos. Quem quiser, que apareça, porque é aberto a toda a gente, dos 8 aos 80,” disse.
Neste primeiro dia de 2025, com um céu limpo e o mar calmo, o cenário não podia ter sido melhor. “Está um dia de sol com o mar calmo, nem parece o mar da Foz,” comentou Nelson, esperançoso de que este possa ser um bom presságio de um ano tranquilo para todos.
A tradição continua a unir gerações e, como sublinha Nelson, “passa de pais para filhos, amigos e conhecidos. Vão aparecendo e vão-se integrando. São 60 anos, pelo menos. Ver se chega aos 100 anos”. Uma das notas curiosas foi que a menina que participou no jogo, Isabela Custódio, filha de Marco Custódio, com 12 anos, foi a autora de um dos golos da equipa que venceu a partida, por 3-1.
Com 37 participantes este ano, e sob o olhar atento e os comentários “ao vivo” de alguns dos fundadores, a tradição mantém-se viva e promete continuar a crescer.