Prevenção para melhorar saúde mental na adolescência

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O encontro, que juntou 90 participantes, foi organizado pela UCF Oeste
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O aumento dos casos associados a patologia mental aliado à falta de recursos obriga a maior articulação das equipas e ao trabalho preventivo na comunidade

A cada semana e meia a urgência de Pediatria do CHO transfere um adolescente para uma urgência de Pedopsiquiatria, muitas das vezes por tentativa de suicídio. Também os cuidados de saúde primários registam uma maior procura por parte de crianças e jovens com problemas de saúde mental. Esta realidade levou a Unidade Coordenadora Funcional do Oeste (UCF Oeste) a organizar uma conferência, que decorreu a 26 de maio, na biblioteca municipal das Caldas e juntou 90 participantes, entre profissionais de saúde, escolas e comunidade.
A UCF Oeste é o organismo que junta profissionais do CHO e dos agrupamentos de centros de saúde Oeste Norte e Sul ao nível da saúde materno-infantil. De acordo com a sua coordenadora, Érica Rocha, uma das grandes preocupações atuais prende-se com a saúde mental dos adolescentes, um problema que está a “ficar com uma proporção mais significativa”. A esta situação junta-se a escassez de recursos. “Como não temos recursos suficientes entre nós, queremos alertar todos os parceiros e comunidade para investirmos na prevenção destas situações”, explicou a responsável, que quer ver envolvidas as escolas, os pais e as autarquias, para, em conjunto, conseguirem fazer a diferença.“O ideal era que as crianças não chegassem à urgência de pediatria por estas razões”, concretiza.
A articulação entre os cuidados de saúde primários e o hospital é feita por Cláudia Cabido, pedopsiquiatra do CHO, que reconhece a “grande necessidade de recursos para que esta articulação seja mais efetiva”. A médica fala da importância de uma equipa multidisciplinar, que trabalhe em conjunto num plano de intervenção.
Também Luísa Preto, diretora do serviço de pediatria do Hospital das Caldas, reconhece que continua a haver falta de profissionais na saúde mental. “Estamos a transferir o fim de linha”, diz, realçando que muitos dos casos não estão diagnosticados, pelo que é fundamental estes problemas serem detetados antes, nas escolas ou pela comunidade. A maior parte dos casos de comportamentos auto lesivos são de jovens, com idades entre os 15 e os 18 anos, e sobretudo raparigas, mas Luísa Preto realça que este ano já registaram 18 casos de pacientes com idades entre os 10 e os 14 anos.
No encontro foram apresentados diversos estudos, realizados por profissionais do CHO, dos ACES Oeste Norte e Sul sobre a problemática da saúde mental nas crianças e jovens, assim como sobre a intervenção de saúde escolar. ■

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