PSP diz que criminalidade baixou nas Caldas e no distrito em 2017

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PSP - Gazeta das Caldas
Caldas da Rainha foi a cidade escolhida para comemorar os 144 anos da PSP no distrito - Beatriz Raposo
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Os números são positivos. No distrito de Leiria, a criminalidade geral e a criminalidade violenta e grave baixaram, respectivamente, 4,8% e 13,5%,de 2016 para 2017. A tendência nas Caldas é a mesma, mas os valores são ainda mais positivos: os índices de criminalidade diminuíram 9,3% e 26,7% para os mesmos parâmetros.
Estes dados foram apresentados nas comemorações do 144º aniversário do Comando Distrital da PSP de Leiria e dos 90 anos da Esquadra de Caldas da Rainha, que se realizaram no Centro Cultural e Congressos, no passado dia 18, com a presença da secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto. Esta foi uma cerimónia que não passou despercebida aos caldenses, não só devido à presença de centenas de polícias fardados no exterior do CCC, como pelas duas grandes faixas penduradas no edifício.

17 de Junho de 1874. Foi nesta data que foi criada em Leiria uma esquadra da polícia civil com oito guardas. Leiria foi mesmo o primeiro distrito fora de Lisboa e Porto a integrar um corpo de polícia civil. Já às Caldas, a PSP chegou no dia 18 de Novembro de 1928, dando a Gazeta das Caldas a notícia da vinda de sete polícias sob o comando de um cabo. Passaram-se 144 anos e 90 anos, respectivamente.
Seguiram-se os concelhos de Peniche (1932), Alcobaça (1950), Marinha Grande (1951), Nazaré (1956) e Pombal (1985). Mais tarde, em 2008, foi criada a Esquadra de Marrazes (Leiria), a mais recente subunidade do Comando Distrital de Leiria.
As comemorações destas duas datas foram assinaladas nas Caldas da Rainha, no passado dia 18 de Junho, no CCC e não passaram despercebidas aos caldenses. Desde logo, a recepção à secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, foi feita no exterior do edifício por dezenas de polícias fardados que a aguardavam em formatura. Só depois é que a comitiva seguiu para o grande auditório do centro cultural, onde as entidades oficiais apresentaram os habituais discursos.
Paulo Quinteiro, comandante distrital da PSP de Leiria, foi o primeiro a usar da palavra para fazer um balanço sobre os índices de criminalidade no distrito. “Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados, uma vez que a criminalidade geral em 2017 diminuiu 4,8% face ao ano anterior, enquanto a criminalidade violenta e grave baixou 13,5%”, referiu o responsável, acrescentando que houve menos 16% de furtos no ano passado.
O concelho das Caldas está acima da média do distrito, com os valores a baixarem 9,3% (criminalidade geral) e 26,7% (criminalidade violenta/grave).
Nos cinco primeiros meses de 2018 a tendência manteve-se, com uma redução da criminalidade geral em 5% relativamente ao mesmo período de 2017. Por sua vez, já se registaram este ano mais 21 crimes violentos do que nos primeiros meses do ano passado.
Ao longo de 2017, a PSP de Leiria efectuou 588 detenções, das quais 83 relacionadas com crimes de tráfico de drogas e 387 com crimes no exercício da condução de veículos.
Para o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, que também participou nas comemorações, “apesar dos baixos índices de criminalidade no concelho, também é um facto que a cidade continua a crescer, pelo que é necessário reforçar os meios para que o número de crimes continue em queda”.

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SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA É PREOCUPANTE

Mas é ao nível da sinistralidade rodoviária que os números parecem ser mais preocupantes, uma vez que 2017 foi o terceiro ano consecutivo em que aumentaram os acidentes na estrada.
Registaram-se no ano passado mais 374 acidentes que em 2016, num total de 2.852 acidentes, três mortos, 31 feridos graves e 613 feridos ligeiros. Só em 2018, já houve mais 31% de detenções por condução sob o efeito de álcool e mais 52% detenções por condução sem carta do que no mesmo período de 2017.
“É notório que muitos condutores continuam a não cumprir minimante as normas de circulação rodoviária, sendo exemplo disso as mais de 4.400 infracções detectadas o ano passado”, realçou Paulo Quinteiro.
O comandante também salientou que a intervenção da PSP se estende a outras áreas. Em 2017, a PSP de Leiria efectuou 486 policiamentos desportivos (mais 113 que em 2016) e desenvolveu 565 acções de sensibilização nas escolas (sobre a segurança rodoviária, consumo de drogas, violência no namoro, utilização segura da Internet), abrangendo um universo de cerca de 32 mil alunos. Ao nível do licenciamento e fiscalização de explosivos, armas e munições, foram realizadas 268 acções de fiscalização e entregues à PSP de Leiria 1.840 armas de fogo.

“SEGURANÇA NÃO É DESPESA, É INVESTIMENTO”

“Estes dados reflectem um aumento do trabalho realizado em 2017 em mais de 100% face ao ano anterior”, reforçou o responsável do comando, acrescentando que a segurança é um dos factores – a par da gastronomia, do clima ou do património – que fazem de Portugal um país de interesse turístico. “Por isso deve ser encarada não como uma despesa, mas como um investimento, cujo retorno está patente na imagem do país como o terceiro mais seguro do mundo”, frisou.
Foi neste sentido que Paulo Quinteiro alertou, não só para a redução anual de efectivos (que se tem verificado constante nos últimos anos), mas também para o envelhecimento constante dos corpos policiais desde 2006, devido à alteração do estatuto da reforma. “Mais idade é sinónimo de menor disponibilidade física, menor resistência à fadiga e, consequentemente, menor operacionalidade”, afirmou o comandante, igualmente preocupado com a insuficiência em número e o desgaste dos veículos da Escola Segura e dos automóveis de investigação criminal.
Paulo Quinteiro criticou ainda o facto de serem desviados recursos humanos para tarefas que considera “pouco normais”, como a avaliação de viaturas em processo de penhora, o acompanhamento de testemunhas a tribunal, ou o transporte de arguidos a tribunais sem que estes estejam sobre detenção.

OS ELOGIOS DA SECRETÁRIA DE ESTADO

Presente na cerimónia, Isabel Oneto, secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, admitiu já ter encontrado “instalações vergonhosas” no país, realçando que espera que ao longo da Lei de Programação das Infraestruturas e Equipamentos para as Forças e Serviços de Segurança (2017-2021) “possamos ultrapassar estas realidades pois os polícias precisam de condições ao nível da qualidade do seu trabalho”.
As políticas de investimento prevêem a construção de um novo comando em Leiria e a instalação de uma nova esquadra em Pombal. A nível nacional, foram já concluídas 12 empreitadas, estando seis a decorrer e sete em fase de lançamento, no âmbito da construção ou requalificação de novas infraestruturas policiais.
Isabel Oneto disse também que entre o último trimestre de 2018 e os primeiros três meses de 2019 se estima a renovação da frota automóvel (5,1 milhões de investimento para a introdução de 400 viaturas para a PSP), a introdução de novo armamento no valor de 1,2 milhões de euros (1350 armas, das quais 900 pistolas glock) e a aquisição de equipamentos de protecção individual, como 1180 coletes balísticos (num total de 2,6 milhões euros)
A dirigente elogiou ainda o trabalho notável de aproximação aos cidadãos que tem sido desenvolvido pela PSP, que, além de actuar localmente, também “é capaz de prestar segurança aos acontecimentos mais relevantes que o país tem tido, como foi a Eurovisão”.
No final da cerimónia foram distinguidos vários polícias com a medalha de assiduidade de três estrelas (30 anos de serviço), a medalha de ouro de comportamento exemplar e outros louvores, num total de 35 elementos condecorados.

PSP - Gazeta das Caldas
A secretária de Estado, Isabel Oneto, elogiou a PSP, reconheceu condições de trabalho insuficientes e anunciou alguns investimentos até 2021 – Beatriz Raposo
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