Reaberta na segunda-feira, Maternidade das Caldas estará fechada no próximo fim-de-semana

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As obras, que decorreram durante cinco meses, permitem melhores condições de conforto e segurança no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia
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Mais salas de parto, instalações sanitárias, instalação de sistema de climatização e melhoria das condições de conforto e segurança, foram algumas das intervenções

 

A maternidade das Caldas reabriu na passada segunda-feira, após as obras de requalificação, que decorreram durante cinco meses. No entanto, já a partir desta noite (16 de novembro) e até domingo à noite, o recém remodelado Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Caldas estará encerrado, por falta de profissionais para assegurar os serviços e com os utentes a serem encaminhados para o Hospital de Coimbra.
A intervenção consistiu na remodelação do internamento de Obstetrícia e do bloco de partos, com o objetivo de melhorar as condições de qualidade, conforto e segurança para utentes e profissionais de saúde. Foi também reparada a rede de esgotos e de águas afetos àquele serviço.
No que respeita aos melhoramentos do bloco de partos, foram criadas quatro salas de parto, três instalações sanitárias para utentes e uma para profissionais, uma sala de trabalho e posto de vigilância, uma zona de sujos, assim como a instalação do sistema de climatização. A empreitada no internamento de obstetrícia, consistiu na melhoria das condições de conforto e segurança, com intervenções ao nível do pavimento, paredes, iluminação, portas interiores, caixilharia, calhas hospitalares, e mobiliário. De acordo com o CHO, entre os investimentos mais relevantes ao nível dos equipamentos, estão a aquisição de um ecógrafo para obstetrícia, ventiladores neonatais de transporte, CTG, Doppler fetal, camas de parto, berços e monitores multiparamétricos para grávidas e neonatais, reforçando a vigilância do bem-estar materno-fetal.
Durante o período em que decorreu a intervenção, a resposta do serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica e ginecológica) foi assegurada no Centro Hospitalar de Leiria, para onde foram encaminhadas as grávidas desta região, explica o CHO. Também os profissionais de saúde desta unidade hospitalar integraram “as escalas da Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do CHL, deslocando-se do seu habitual local de trabalho”, salienta a administração do CHO.
A obra representou um investimento global superior a 1,3 milhões de euros, dos quais 401 mil euros resultam de uma candidatura ao programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Partos do SNS, 725 mil foram financiados pela Câmara das Caldas, e 221 mil suportados pelo CHO.
A reabertura do serviço é também enaltecida pelo presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, realçando o cumprimento dos prazos. O autarca espera agora que, devidamente remodelado, o serviço possa atrair novos profissionais e dar uma resposta mais eficaz aos utentes da região.
Recorda que, em 2022, foram registadas cerca de 1300 parturientes, das quais cerca de 340 são do concelho. “É uma obra imprescindível para as parturientes não só das Caldas como também para os outros concelhos”, razão pela qual a autarquia decidiu apoiar com 320 mil euros (que se juntaram aos 400 mil que já tinham sido entregues para as obras), de modo a que a candidatura tivesse uma majoração. Caldas foi, aliás, o único município da área de abrangência do CHO, a disponibilizar verba para esta candidatura.
“Esperamos que o serviço possa voltar a funcionar 365 dias por ano, mas o que está previsto por agora é que vai continuar a ter ciclos de fechos, nomeadamente aos fins de semana”, lamentou.

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Continuam os constrangimentos nas Urgências

As Urgências da Pediatria e Cirurgia Geral continuam com constrangimentos, o que tem vindo a ditar o seu encerramento em alguns dias, como aconteceu no último fim de semana. Estes dois serviços voltarão a fechar, no próximo sábado, nas Caldas, com os doentes a serem encaminhados para a unidade de Torres Vedras. Para o presidente da Câmara, Vítor Marques, “é preocupante” os serviços de Urgência fecharem nas Caldas e não fecharem em Torres Vedras, de forma alternada. Considera que “mais do que uma questão de dinheiro é uma questão de gestão” e espera que haja acordo nas negociações dos profissionais de saúde com o governo, de modo a facilitar a vida aos utentes e não acarretar custos tão elevados para o país.
Questionada pela Gazeta das Caldas, a administração do CHO justificou os constrangimentos no Serviço de Urgência Pediátrica das Caldas com a manifestação de indisponibilidade de 21 médicos de Pediatria para a realização de trabalho extra para além das 150 horas. O mesmo aconteceu com todos os médicos especialistas do Serviço de Cirurgia Geral, o que levou a “dificuldades no preenchimento das escalas respetivas no presente mês de outubro e novembro”. Esclarece ainda que os “doentes triados para atendimento pela especialidade cirurgia geral são encaminhados para a Unidade de Torres Vedras, a qual tem as dotações completas, visto que os respetivos médicos não manifestaram indisponibilidade para trabalho extra”.
De acordo com a administração do CHO, estes constrangimentos terão lugar enquanto se mantiver a indisponibilidade manifestada pelos profissionais de saúde. Garante ainda que “não há intenção alguma” de encerrar o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico do Hospital das Caldas ou qualquer outro do CHO. Existe sim a intenção de reforçar as valências existentes, como é o caso da hospitalização domiciliária, das equipas comunitárias em saúde mental e do internamento de psiquiatria. ■

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